O financiamento das administrações públicas foi negativo em 8.900 milhões de euros até novembro de 2023, face a 600 milhões negativos no mesmo período de 2022, indicando que o Estado financiou outros setores da economia, segundo o Banco de Portugal.
Um financiamento líquido negativo indica que as aquisições líquidas de ativos financeiros pelas administrações públicas foram superiores às emissões deduzidas de amortizações dos passivos, ou seja, as administrações públicas utilizaram parte dos fundos obtidos para financiarem outros setores da economia.
De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal (BdP), as administrações públicas financiaram o exterior em 12.600 milhões de euros, através da amortização de títulos de dívida pública portuguesa detidos por não residentes e da aquisição de títulos emitidos por não residentes, principalmente, pelos fundos de segurança social.
Ao mesmo tempo, financiaram os bancos em 5.000 milhões de euros, pela amortização de títulos de dívida pública que se encontravam em carteira destas instituições e pelo aumento dos depósitos.
Em contrapartida, os outros setores residentes em Portugal, com destaque para as famílias, financiaram as administrações públicas em 8.700 milhões de euros, sobretudo através da aquisição de certificados de aforro.
Ainda segundo o Banco de Portugal, o financiamento acumulado através de emissões líquidas de títulos foi negativo em 15.500 milhões de euros. Já o financiamento acumulado das administrações públicas através de empréstimos líquidos de depósitos foi de 6.600 milhões de euros.
O Banco de Portugal atualiza os dados sobre o financiamento das administrações públicas a 21 de fevereiro.