Passaram dois meses e meio depois da apresentação da sua demissão e, esta terça-feira, António Costa falou sobre “a incapacidade que o PSD tem revelado em se afirmar como alternativa” — uma falha que, segundo o ainda primeiro-ministro, só favorece os extremos.

“A partir do momento em que o PSD deixou de ser capaz de corporizar essa alternativa, é perigoso para a democracia, porque isso tem vindo a fortalecer a direita radical da Iniciativa Liberal ou a direita extremista do Chega”, disse António Costa, em entrevista a Sebastião Bugalho, no novo podcast da SIC Notícias.

Com base naquilo que “revelam os dados”, acrescentou ainda o antigo secretário-geral do PS, “as pessoas não reconhecem no PSD essa alternativa e, por isso, dispersam o seu voto por outros partidos que não são verdadeiras alternativas”. Ainda assim, esta “incapacidade” do PSD não deixa tristeza aos socialistas: “Não quero ser hipócrita”.

Cada líder do PSD que chega resolve destruir tudo o que está para trás e recomeçar tudo de novo. E o país paga um preço muito elevado pela forma como o PSD se desconstrói permanentemente.”

Durante a entrevista, o antigo líder socialista defendeu ainda não ter dúvidas “que fora de situações extremas, um governo PS/PSD teria o único efeito de crescimento do radicalismo e dos extremos”.

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