Um dia depois de ter apresentado o seu programa eleitoral, e de ter recebido reações negativas por duas medidas relativas aos médicos, o PS veio explicar-se e dizer que o documento apenas fala em “avaliar a possibilidade” de aplicar as normas com mais potencial de gerar controvérsia, garantindo que não tem a intenção de fechar medidas sem negociar primeiro com estes profissionais.

“Avaliar a possibilidade significa, tal como referido, que qualquer uma dessas medidas nunca será tomada sem avaliação, negociação e aceitação por parte das estruturas representativas dos médicos”, diz ao Observador fonte oficial do PS.

Garantia para comprar casa, nova ponte e devolver IVA de bens essenciais. O que propõe o PS para a economia (e não só)

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em causa está, por um lado, uma medida que propõe que se faça uma “avaliação” sobre a introdução de um tempo mínimo de dedicação ao SNS pelos profissionais de Saúde, antes de poderem sair para o privado, por exemplo — uma medida que Marta Temido já tinha proposto em 2019 e já tinha gerado polémica na altura.

Logo a seguir, lê-se no programa que o PS prevê fazer uma “avaliação” da introdução de um quadro de compensações por parte dos médicos que queiram ir para o privado ou sair do país, e que teriam de compensar de alguma forma o Estado pelo “investimento público do país na sua formação, por parte de médicos que pretendam emigrar ou ingressar no setor privado”.

Como Pedro Nuno apresentou o seu “plano de ação” com a benção de Medina e os ataques à direita

Ora as medidas foram já esta segunda-feira alvo de críticas do líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, que as classificou como “gravosas e intoleráveis”, assim como uma prova do “desespero de Pedro Nuno Santos, face à situação de degradação a que deixaram que as carreiras médicas chegassem”. “Não é assim que se resolvem as coisas, não é a obrigar as pessoas a ficar quando já não querem ficar”, criticou.