Siga aqui o nosso liveblog sobre a guerra na Ucrânia. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou esta quarta-feira que a solução diplomática para o conflito passa pelo reconhecimentos dos territórios ucranianos ocupados pelo país.

Num discurso perante a Duma, a câmara baixa do parlamento russo, Lavrov criticou a ausência de “propostas sérias daqueles que declararam guerra” à Rússia, uma vez que não consideram os interesses russos “ou a realidade no terreno” — referindo-se aos territórios ocupados pelo país na península da Crimeia e na região de Donbass, que a Federação Russa reconhece como repúblicas federadas.

Donetsk e Lugansk, as duas regiões que fazem Putin sonhar com a reconstituição do império russo

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo o ministro russo, esta é uma tendência geral dos Estados Unidos e do Ocidente, que procuram manter as suas “vantagens unilaterais” e assim desestabilizam “região atrás de região”, referindo-se ao Médio Oriente e ao Sudeste Asiático. “Mas não acredito que saibam o que estão a fazer”, disse, citado pela agência TASS. Em sentido oposto, Lavrov aponta como a Rússia e os seus “numerosos parceiros”, nomeadamente os países do Sul Global, estão a criar “novos centros de poder”. Isto, diz, confirma a “decadência da potência hegemónica” e a construção de uma ordem multipolar, uma tese revisionista várias vezes partilhada por Putin e divulgada por Alexander Dugin.

Quem é Alexander Dugin, o homem que previu o rastilho da guerra na Ucrânia e que gosta de ser considerado o “Rasputine de Putin”?

Da mesma forma, Lavrov criticou os “interesses egoístas” do Ocidente na denúncia do que caracterizou como “ucranização” do G20, que argumenta ser a instrumentalização do fórum que reúne as vinte maiores economias do mundo para servir os interesses dos EUA e da NATO. Sublinhando que não se discute a vitória da Ucrânia mas antes como evitar uma vitória russa, Lavrov aponta que “Washington e os seus aliados não desistem do sonho” de infligir uma derrota estratégica à Rússia, segundo a agência noticiosa turca AA.

Assim, e devido às “operações bem sucedidas” das forças armadas russas no “teatro de operações militares ucraniano”, Lavrov afirmou que a segurança da Rússia, incluindo as novas regiões russas, bem como “a vida, a honra, a dignidade, os direitos e os interesses” dos cidadãos russos estarão garantidos, sublinhando que “os objetivos da operação militar especial serão alcançados”, de acordo com a Pravda.