À ausência esperada de Carlos III juntou-se a de William. Em cima da hora, e invocando motivos pessoais, o príncipe de Gales terá dado prioridade a uma agenda que se tornou ainda mais atribulada nos últimos tempos, e numa fase em que a mulher, Kate Middleton, recupera de uma cirurgia realizada em janeiro. No lugar das duas principais figuras masculinas, esteve a rainha Camila, na qualidade de anfitriã, e na senda do acumular de tarefas e visibilidade que tem tido nas última semanas.
Com o reverendo Christopher Cocksworth, que conduziu o serviço © Getty Images
Em sentido inverso, o duque de Iorque saiu da sombra e juntou-se ao cortejo que esta manhã, na capela de Windsor (tradicional morada de casamentos e funerais reais), prestou homenagem ao último rei dos gregos, Constantino II, irmão de Sofia de Espanha. De resto, a rainha emérita não faltou à cerimónia religiosa que assinalou um ano sobre a despedida ao antigo monarca, que morreu a 10 de janeiro de 2023, em Atenas, aos 82 anos.
De Espanha vieram ainda os atuais Reis, Felipe VI e Letizia, e ainda as infantas Cristina e Elena. E até Juan Carlos abandonou por momentos o seu retiro nos Emirados Árabes Unidos, para uma aguardada foto de família captada já no interior do templo. Dois meses depois da última reunião alargada de um clã marcado pela polémica (por ocasião do 60.º aniversário da infanta Elena), voltaram a sentar-se lado a lado. Eis Felipe, Letizia e Juan Carlos, sorridentes, numa invulgar imagem.
Uma imagem do interior da capela onde se pode ver os reis Felipe VI e Letizia e o Rei emérito Juan Carlos ao lado. © Getty Images
A rainha Sofia estava sentada na primeira fila ao lado dos sobrinhos e da irmã, a princesa Irene. A casa real grega também compareceu e em peso, a rainha Ana Maria, viúva de Constantino II chegou à cerimónia com a rainha Camila. Em representação da família real dos gregos esteve o atual chefe, o príncipe Pavlos após a morte do pai, e pela sua mulher Marie Chantal, com os seus cinco filhos. Assim como também estiveram presentes os irmãos do príncipe Pavlos, os príncipes Alexa, Nikolai, Phillipos e Theodora com os respetivos companheiro e companheiras.
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A este leque de rostos conhecidos da realeza juntaram-se Kyrill da Bulgária, Noor da Jordânia e os príncipes herdeiros da Sérvia, para um momento de homenagem que começou pelas 11 da manhã desta terça-feira. E, claro, representantes da casa real dinamarquesa como a princesa Benedikte, irmã da rainha viúva Ana Maria e da rainha emérita da Dinamarca, Margarida. A princesa Benedikte esteve acompanhada pelo filho e pela nora, os Príncipes Gustav e Carina.
A despedida do último Rei da Grécia. Funeral de Constantino II reuniu casas reais em Atenas
Uma cerimónia em tons de azul
Neste serviço de homenagem um ano depois da morte de Constantino II da Grécia não se exigia o luto profundo pelo que os looks das convidadas variaram em cor, mas sem fugir aos tons escuros, tendo o azul escuro sido a cor dominante. Foi precisamente esta a escolha da rainha Letizia em look total, com um vestido de corte reto, sobreposto com uma capa Carolina Herrera e sapatos de salto kitten. Só os brincos de pérolas deram um toque de brilho, os mesmos que terá usado nos batizados das filhas, Leonor e Sofia. Azul escuro foi também a escolha de Nina Flohr, a mulher do príncipe Philippos, de Zara Philips Tindall, e da própria rainha Camila. Só a rainha Sofia arriscou com um casaco num tom de azul mais claro.
A Rainha Letizia © Getty Images
Alexia da Grécia, a rainha Ana Maria, Sarah Ferguson e a infanta Cristina optaram por usar cinzento. A princesa Theodora da Grécia terá sido a única a vestir verde escuro, mas quem se destacou mais entre todos os presentes foi a princesa Marie-Chantal, com um vestido de saia rodada e manga comprida em tom bordeux.
Muitas convidadas adornaram os seus loks com joias com preferência para várias peças com pérolas, consideradas a escolha da realeza como “joalharia de luto”. A tradição remonta à era da Rainha Victoria que, depois da morte do marido, o Príncipe Alberto, apenas vestiu negro e usou joias sem cores, principalmente pérolas, durante cerca de 40 anos.
Um cerimónia cheia de significado
A cerimónia de Ação de Graças em homenagem ao Rei Constantino estava inicialmente planeada para o dia 27 de janeiro, mas o internamento de Carlos III num hospital privado em Londres fez com que fosse remarcada. O antigo monarca grego e o Rei britânico são primos em segundo grau e quando os reis gregos tiveram de deixar o seu país em 1973 escolheram Londres para se exilarem. Desde então os laços entre as duas famílias reais estreitaram-se. Importa ainda lembrar que a Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor, é um espaço de profundo significado para a família real britânica. Foi lá que decorreu a última despedida de Isabel II, em setembro de 2022, e é lá que estão sepultados os antigos monarcas britânicos. É também um local de memória de momentos felizes como casamentos, sendo os do príncipe Harry e da princesa Eugenie dois dos mais recentes.
O príncipe William, que tinha o Rei Constantino como padrinho de batismo, fazia parte da lista de convidados e estava até planeado que dirigisse umas palavras aos presentes, mas cancelou à última hora com o Palácio de Kensington a alegar “motivos pessoais”. A situação levou o palácio a fazer de seguida uma atualização do estado da princesa de Gales para afirmar que se “encontra bem” e a recuperar. O herdeiro do trono terá ligado à família real grega a avisar que não estaria presente. Coube a Camila ser a anfitriã do momento, uma vez que o marido está afastado dos compromissos públicos.
