O diretor da agência de informações norte-americana FBI, Christopher Wray, defendeu, esta quinta-feira, que os EUA devem preparar-se para enfrentar novas ameaças nas eleições de novembro, devido ao uso de Inteligência Artificial (IA).
“Os EUA enfrentaram ameaças de influência maligna estrangeira no passado”, lembrou Wray numa conferência de segurança nacional, acrescentando que, contudo, neste ciclo eleitoral, o país “enfrentará mais adversários, avançando a um ritmo mais rápido e munidos de novas tecnologias.”
Wray sublinhou os avanços na IA generativa, que tornou “mais fácil para adversários estrangeiros, mais e menos sofisticados, se envolverem em influência maligna“, prometendo que a sua agência compartilhará informações sobre estas novas ameaças.
“Como profissionais de agências de informações, temos de destacar as ameaças de forma específica e baseada em provas, para que possamos munir os nossos aliados e, em particular, o público contra os tipos de operações de influência estrangeira que iremos enfrentar”, explicou o diretor do FBI.
Em 2016, agentes russos procuraram aumentar as hipóteses eleitorais do candidato republicano Donald Trump, roubando e divulgando correio eletrónico dos democratas e utilizando uma campanha oculta, mas poderosa, nas redes sociais para semear a discórdia entre os eleitores norte-americanos.
Em 2020, as agências de informações dos EUA denunciaram que o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou operações de influência para denegrir o democrata Joe Biden e ajudar Trump nas eleições.
Segundo Wray, nesse mesmo ano, a China “ponderou, mas não implementou” operações de interferência eleitoral, enquanto os esforços agressivos do Irão procuravam explorar vulnerabilidades em portais eletrónicos eleitorais estatais.
Apesar dessas ameaças, de acordo com responsáveis dos serviços de informações, não houve provas de que qualquer entidade estrangeira tenha adulterado votos ou perturbado de outra forma o processo de votação.
Contudo, este ano, as ameaças estão a tornar-se muito mais perigosas.
Esta semana, um consultor político confirmou que pagou a um mágico de rua da cidade de Nova Orleães para criar uma chamada automática que imitasse a voz de Biden, embora o consultor tenha dito que estava a tentar enviar um alerta sobre os potenciais usos malignos da IA.