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O presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, disse esta segunda-feira confiar que Portugal mantenha os “progressos notáveis” alcançados nos últimos anos no domínio das finanças públicas, enquanto o comissário europeu da Economia escusou-se a especular sobre eventual instabilidade política.

“Penso que não cabe a ninguém aqui especular sobre o que poderá ser o [próximo] governo, mas apenas gostaria de dizer que foram feitos enormes progressos e que vi Portugal alcançar um excedente orçamental, recuperando muito rapidamente da pandemia. E espero certamente que esse tipo de progresso continue no futuro e estou muito confiante de que isso aconteça”, disse Paschal Donohoe.

Questionado pela Lusa na conferência de imprensa após o Eurogrupo, em Bruxelas, sobre o resultado das eleições legislativas de domingo, o responsável irlandês salientou os “progressos notáveis que foram feitos no domínio das finanças públicas” em Portugal.

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“O ministro [Fernando] Medina tem sido um interlocutor muito próximo de todos nós no Eurogrupo. Estou consciente de que este é um momento muito sensível, o dia seguinte a uma eleição, e sei que agora vão decorrer várias semanas de consultas ao Parlamento e que o vosso Presidente vai analisar um futuro governo”, adiantou Paschal Donohoe.

Já o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, rejeitou “especular, no dia seguinte a uma eleição, sobre estabilidade ou instabilidade”.

“Penso que estamos conscientes de que foram alcançados muitos êxitos e progressos e temos esperança de que isso possa continuar, mas veremos”, adiantou o responsável europeu pela tutela.

A posição surge no dia em que foram feitas alertas sobre as dificuldades que o país pode enfrentar na implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), dada a maior fragmentação parlamentar e as dificuldades em formar Governo.

Esta segunda-feira, a agência de notação financeira DBRS alertou para o risco de um parlamento bloqueado em Portugal e de um governo instável poder dificultar a implementação do PRR, não descartando novas eleições antecipadas.

Num comentário a que a Lusa teve acesso, a agência de notação financeira destaca que os resultados eleitorais das legislativas de domingo sugerem um cenário complicado para a governabilidade e estabilidade do próximo governo, uma vez que os partidos de centro-direita venceram as eleições por uma pequena margem.

Por sua vez, a agência Standard & Poor’s considerou que apesar dos potenciais atrasos na formação de uma solução governativa, devido à ausência de uma maioria absoluta, os riscos são limitados, esperando que o próximo executivo prossiga uma política orçamental prudente.

A Aliança Democrática (AD) venceu as eleições legislativas de domingo, com 29,49% dos votos e 79 deputados, contra os com 28,66% e 77 deputados alcançados pelo PS, quando ainda falta atribuir os quatro mandatos do círculo da emigração.

O Chega quadruplicou o número de deputados para 48, com 18,06% dos votos.

A IL conquistou oito deputados (5,08%), o BE manteve os cinco deputados (4,46%), a CDU diminuiu o número de deputados face a 2022 para quatro (3,3%).

O Livre vai formar pela primeira vez grupo parlamentar, tendo conseguido alcançar quatro deputados (3,26%), enquanto o PAN mantém-se com um deputado (1,93%).