50 anos. Há 50 anos, cinco décadas, que o Sporting não marcava 75 golos nas primeiras 26 jornadas do Campeonato — é preciso recuar até 1973/74 para encontrar uma marca melhor, já que nessa temporada os leões marcaram 84 golos nas 26 jornadas iniciais e acabaram por sagrar-se campeões nacionais.

Paulinho, o trick de um Gyökeres de se tirar o hat (a crónica do Sporting-Boavista)

Com a goleada deste domingo contra o Boavista, o Sporting manteve o registo totalmente vitorioso em Alvalade para o Campeonato, com 13 vitórias em 13 jogos: nas outras quatro vezes em que tal aconteceu, nos anos 40, 50 e 70, os leões acabaram por conquistar a competição. Este foi ainda o 21.º triunfo da equipa de Rúben Amorim em 25 encontros na Primeira Liga, uma marca que não se repetia desde 1979/80 e que pode tornar-se histórica já na próxima jornada, já que o Sporting nunca conseguiu ganhar 22 jogos nas 26 primeiras jornadas.

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Os leões mantiveram a liderança isolada do Campeonato na antecâmara da interrupção para os compromissos das seleções, com mais um ponto e menos um jogo do que o Benfica, e Gyökeres continua a quebrar registos individuais. O avançado sueco assinou o primeiro hat-trick na Liga, chegou aos 22 golos na competição e tornou-se o primeiro desde Mário Jardel a marcar tanto pelo Sporting em tão poucos jogos. Depois da partida, naturalmente eleito o melhor jogador em campo, Gyökeres era um homem satisfeito.

“Foi o pior início possível. Acho que sofremos muito cedo, mas continuámos e conseguimos dar a volta ao jogo. Jogámos muito bem e tivemos oportunidades muito boas. O melhor foi marcar antes do intervalo e depois do segundo golo não tiveram hipóteses. Precisávamos de ganhar depois do jogo com a Atalanta. É uma competição diferente, mas fizemos um bom trabalho durante os 90 minutos”, disse o avançado.

Já Rúben Amorim, que não pôde contar com Pedro Gonçalves e Marcus Edwards por problemas físicos, sublinhou o apoio dos adeptos. “O momento do golo do empate é determinante, ajudou a ir para o intervalo de outra forma. De realçar o papel dos adeptos, que ajudaram muito a equipa. Não digo só nas palmas a seguir ao golo do Boavista, mas quando falhávamos um passe não se ouvia aquele bruaá que é característica dos adeptos de equipa grande. Perceberam o momento e os dois primeiros golos foram dos adeptos. Tivemos sempre o controlo do jogo, apesar do golo sofrido. Não criámos tantas ocasiões, mas a segunda parte foi muito boa, com várias ocasiões, e até podíamos ter marcado mais golos”, começou por dizer, antes de analisar a exibição de Gyökeres.

“Acho que hoje melhorou em certos aspetos, hoje parou mais vezes o jogo, não foi sempre no um para um e escolheu melhor. Tem uma capacidade física muito boa. Peço-lhe o mesmo que peço aos outros, mas usamos muito as características individuais dele, que são especiais”, acrescentou Amorim, que não deu grandes garantias sobre o futuro da baliza leonina numa altura em que Franco Israel tem sido uma boa solução na ausência de Adán.

“Acima de tudo, o que interessa é o presente. Todos nós temos de provar tudo de dia para dia. Nenhum jogador tem o lugar assegurado na próxima época. Mas é importante não fazermos esta avaliação do Franco. Esteve bem, faz parte da equipa que goleou”, terminou o treinador dos leões.