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Paulinho, o trick de um Gyökeres de se tirar o hat (a crónica do Sporting-Boavista)

Boavista começou a gelar Alvalade, mas o Sporting empatou ainda na primeira parte e viu Gyökeres assinar um hat-trick e Paulinho bisar para golear os axadrezados e manter a liderança isolada (6-1).

Os dois avançados foram responsáveis por cinco dos seis golos dos leões
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Os dois avançados foram responsáveis por cinco dos seis golos dos leões

Getty Images

Os dois avançados foram responsáveis por cinco dos seis golos dos leões

Getty Images

O Sporting está a atravessar a fase mais complexa da temporada. Primeiro, devido à inconsistência de resultados e exibições, entre a eliminação europeia com a Atalanta e vitórias difíceis contra Farense e Arouca. Segundo, devido ao desaparecimento da veia goleadora e ao aparecimento da veia perdulária, muito associada à fragilidade defensiva. E terceiro, devido à azarada vaga de lesões, com Adán, Pedro Gonçalves e Marcus Edwards a tornarem-se indisponíveis.

Ainda assim, a verdade é que o Sporting chegava à segunda metade do mês de março na liderança do Campeonato e com ainda uma jornada em atraso e também nas meias-finais da Taça de Portugal e em vantagem em relação ao Benfica, podendo ainda conquistar dois troféus após a eliminação da Liga Europa a meio da semana. Objetivos concretos e possíveis — mas que tornavam ainda mais preocupantes os três fatores que sustentavam a tal fase mais complexa da temporada.

Ficha de jogo

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Sporting-Boavista, 6-1

26.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: António Nobre (AF Leiria)

Sporting: Franco Israel, Diomande (Eduardo Quaresma, 73′), Coates, Matheus Reis (Gonçalo Inácio, 55′), Geny Catamo, Hjulmand (Daniel Bragança, 45′), Morita (Koba Koindredi, 84′), Nuno Santos, Trincão (Ricardo Esgaio, 84′), Paulinho, Gyökeres

Suplentes não utilizados: Diogo Pinto, Jeremiah St. Juste, Luís Neto, Iván Fresneda

Treinador: Rúben Amorim

Boavista: João Gonçalves, Chidozie, Rodrigo Abascal (Ibrahima Camará, 41′), Filipe Ferreira (Vukotić, 80′), Pedro Malheiro, Makouta, Sebastián Pérez (Joel Silva, 80′), Bruno Onyemaechi, Miguel Reisinho (Bruno Lourenço, 58′), Salvador Agra (Tiago Machado, 80′), Boženík

Suplentes não utilizados: Tomé Sousa, Masaki Watai, Gonçalo Miguel, Martim Tavares

Treinador: Ricardo Paiva

Golos: Makouta (3′), Gyökeres (45′, 68′ e gp, 79′), Paulinho (54′ e 90+5′), Nuno Santos (88′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Salvador Agra (33′), a Hjulmand (33′), a Pedro Malheiro (41′), a Jeremiah St. Juste (71′), a Sebastián Pérez (77′)

“Hoje o mundo parece um bocadinho melhor, ontem ainda foi difícil digerir a eliminação. Acho que estamos lá, às vezes falta-nos qualquer coisa que acho que é culpa nossa. Quando eles são melhores aceitamos com outra facilidade. Custou bastante, mas já estamos a pensar no Boavista. Temos tudo na nossa mão, a pior sequência já passou. Agora teremos maioritariamente três dias entre jogos. Queríamos era estar em mais uma competição, mas vamos aproveitar os próximos dias para trabalhar e meter jogadores como o [Rafael] Pontelo ou o Koba [Koindredi] ao nível tático e físico da equipa. Há essa parte má de não estar na competição, mas vamos aproveitar para melhorar a equipa”, disse Rúben Amorim na antevisão da receção deste domingo ao Boavista.

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O Sporting entrava em campo já depois de o Benfica vencer o Casa Pia em Rio Maior, ou seja, obrigado a ganhar para recuperar a liderança isolada do Campeonato. Nesse contexto, em Alvalade e sem contar com Pote e Edwards, Amorim lançava Paulinho no setor ofensivo, tinha Morita de volta no meio-campo e apostava em Geny Catamo no corredor direito e Nuno Santos no lado contrário, com Matheus Reis a entrar no trio de centrais e Gonçalo Inácio a começar no banco. Do outro lado, num Boavista que vinha de uma vitória contra o Moreirense, Ricardo Paiva tinha Salvador Agra e Reisinho no apoio direto a Boženík, a grande referência atacante.

O Sporting entrou no jogo praticamente a perder. Ainda dentro dos cinco minutos iniciais, na sequência de um cruzamento na esquerda, Franco Israel aliviou com os punhos para a frente e Makouta, sozinho à entrada da grande área, rematou de forma acrobática para abrir o marcador (3′). Os leões demoraram pouco a reagir, com Trincão a bater João Gonçalves com um belo pontapé em jeito logo depois (6′), mas o lance foi anulado por fora de jogo de Paulinho num ponto anterior da jogada e a vantagem axadrezada manteve-se.

O Boavista surgia confiante em Alvalade, assente numa linha defensiva de três que dava muito equilíbrio à equipa e facilitava a resposta às investidas adversárias. O Sporting tinha o controlo da posse de bola e atuava inserido no meio-campo oposto, mas não conseguia encontrar espaço e tinha dificuldades na hora de combater a pressão alta axadrezada. Gyökeres apareceu à passagem dos primeiros 20 minutos, com um remate forte de fora de área que passou pouco por cima da baliza (22′), e voltou a ficar perto de empatar com um pontapé à meia-volta que João Gonçalves encaixou (31′).

Ricardo Paiva foi forçado a mexer na equipa ainda na primeira parte, devido a problemas físicos de Rodrigo Abascal, e lançou Ibrahima Camará. Os leões foram apertando o cerco à medida que o relógio se aproximava do intervalo, com Trincão a ter uma boa oportunidade com um remate forte que João Gonçalves defendeu (42′), e o golo acabou mesmo por aparecer em cima dos descontos. Paulinho combinou com Morita, recebeu na área e descaído na esquerda e tirou um cruzamento tenso para a zona central, onde Gyökeres surgiu de carrinho a encostar para a baliza (45′).

No fim da primeira parte, Sporting e Boavista estavam empatados em Alvalade e subsistia a ideia de que os leões, apesar do golo sofrido numa fase ainda muito embrionária da partida, tinham capacidade e qualidade para carimbar a vitória. Ainda assim, também subsistia a ideia, novamente, de que a equipa de Rúben Amorim precisa agora de se esforçar muito mais para alcançar resultados que há poucas semanas eram um dado adquirido.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sporting-Boavista:]

Rúben Amorim mexeu logo ao intervalo e trocou Hjulmand por Daniel Bragança, acautelando o cartão amarelo que o médio dinamarquês tinha visto na primeira parte. A lógica do primeiro tempo manteve-se, com o Sporting a empurrar o Boavista para o último terço defensivo e a procurar chegar depressa à vantagem. Diomande teve uma enorme ocasião para marcar, ao atirar ao lado na recarga a uma defesa de João Gonçalves após cabeceamento de Coates (49′), e os axadrezados só conseguiam atacar em transição rápida.

Antes da hora de jogo, de forma cada vez mais expectável, o Sporting conseguiu dar a volta ao resultado. Geny Catamo recebeu de Trincão na direita, tirou um cruzamento perfeito para a grande área e Paulinho, todo esticado e antecipando-se a João Gonçalves, encostou para fazer o segundo golo dos leões (54′). Rúben Amorim reagiu com a entrada de Gonçalo Inácio, que substituiu Matheus Reis, e Ricardo Paiva respondeu ao trocar Reisinho por Bruno Lourenço.

O Sporting foi gerindo a vantagem com tranquilidade, permitindo mais espaço ao Boavista mas controlando as ocorrências com bola no meio-campo e acelerando apenas quando existia espaço para explorar a profundidade. Foi o que aconteceu a cerca de 20 minutos do fim: Nuno Santos tirou um passe vertical a descobrir Gyökeres na esquerda da grande área e o sueco, depois de bater Camará no duelo, puxou para dentro para rematar cruzado e bisar (68′).

Até ao fim, Seba Pérez cometeu grande penalidade sobre Gonçalo Inácio e Gyökeres converteu para chegar ao primeiro hat-trick no Campeonato e carimbar a goleada (79′), Nuno Santos ainda marcou à beira do descontos ao responder a uma assistência do avançado sueco (88′) e Paulinho fechou as contas ao bisar de cabeça nos descontos (90+5′).

O Sporting goleou o Boavista num dia em que tudo começou mal e garantiu a manutenção da liderança isolada com mais um ponto e menos um jogo do que o Benfica antes da pausa para os compromissos das seleções. Mais do que isso, garantiu que os três fatores da tal fase mais complexa da temporada podem ser ultrapassados. E tudo com a ajuda estratosférica de Gyökeres, que fez mais três golos e ainda assinou uma assistência, mas também com uma enorme exibição de Paulinho, que voltou a bisar na ausência de Pedro Gonçalves.

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