A batalha judicial com mais de uma década entre Julian Assange, o fundador da WikiLeaks, e o Departamento de Justiça dos EUA, poderá ter novos desenvolvimentos. O Wall Street Journal (WSJ) avança que a Justiça norte-americana estará a considerar um cenário em que Assange se possa declarar culpado, o que permitira reduzir as penas que enfrenta por divulgar informação classificada dos EUA.
A batalha judicial está instalada há 14 anos, quando Assange divulgou dezenas de milhares de documentos com registos militares e ligações diplomáticas dos EUA. Assange está atualmente detido no Reino Unido, após ter passado vários anos refugiado na embaixada do Equador, em Londres.
Equador retira nacionalidade a Julian Assange, fundador do WikiLeaks
O WSJ cita uma fonte próxima do processo que avança a existência de discussões preliminares entre os advogados de Assange e membros do Departamento de Justiça dos EUA, ao longo dos últimos meses.
[Já saiu o quarto episódio de “Operação Papagaio” , o novo podcast plus do Observador com o plano mais louco para derrubar Salazar e que esteve escondido nos arquivos da PIDE 64 anos. Pode ouvir o primeiro episódio aqui, o segundo episódio aqui e o terceiro episódio aqui]
Caso se confirme a existência destas conversações, isso representaria um aligeirar das acusações norte-americanas. Assange já passou cinco anos detido e, neste momento, está em ação outra batalha judicial sobre a extradição para território norte-americano. Mas, dada a extensão do processo, as autoridades norte-americanas estarão cada vez menos convictas de que Assange cumpra pena por todas as acusações nos EUA.
De qualquer forma, um acordo entre as partes necessitaria de luz verde por parte dos níveis mais elevados do Departamento de Justiça. Nem a defesa de Assange nem o Departamento de Justiça teceu comentários ao WSJ.
Julian Assange “está na prisão e a ser castigado porque expôs um super-poder”, diz Stella Assange
Julian Assange foi condenado em 2019, nos EUA, no âmbito da lei norte-americana de espionagem. Enfrenta 18 acusações de conspiração por divulgar informação classificada, nomeadamente sobre as ações dos EUA no Iraque e no Afeganistão, arriscando 175 anos de prisão.
A defesa do jornalista australiano tem argumentado que Assange apenas publicou informação que lhe chegou, “tal como qualquer jornalista faria”, e que não deve ser condenado por isso.