Abdul Bashir, o homem afegão que no ano passado matou duas mulheres no Centro Ismaili, em Lisboa, foi acusado pelo Ministério Público de 11 crimes. De acordo com a acusação deduzida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal estão em causa dois crimes de homicídio agravado, seis crimes de homicídio agravado na forma tentada, dois crimes de resistência e coação sobre funcionário e um crime de detenção de arma proibida.

Face ao quadro psiquiátrico, o Ministério Público pediu que Adbul Bashir fosse considerado inimputável. O crime aconteceu no dia 28 de março de 2023 e, nesta altura, Adbul Bashir, que será julgado por um tribunal coletivo em data ainda a definir, “padecia e ainda padece de de anomalia psíquica, desde logo um quadro psiquiátrico de esquizofrenia e de uma perturbação da personalidade mista, designadamente perturbação de personalidade narcisista e perturbação de personalidade antissocial”, refere o DCIAP em comunicado.

Episódios psicóticos. 8 perguntas que ajudam a perceber o que são e o que significam em tribunal

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Tendo em conta que “existe uma elevada probabilidade de o arguido” poder praticar outros crimes “da mesma natureza”, o Ministério Público pediu ainda que fosse aplicada a medida de segurança de internamento.

[Já saiu o quarto episódio de “Operação Papagaio” , o novo podcast plus do Observador com o plano mais louco para derrubar Salazar e que esteve escondido nos arquivos da PIDE 64 anos. Pode ouvir o primeiro episódio aqui, o segundo episódio aqui e o terceiro episódio aqui]

O afegão que chegou a Portugal há pouco mais de um ano, com os três filhos menores, estava a ter aulas de português quando pegou numa faca, saiu da sala e matou as duas mulheres que estavam na sala ao lado — uma delas tratava do seu processo enquanto refugiado.

Abdul chegou a Portugal com feridas abertas e a calma do Centro Ismaili ruiu quando pegou numa faca

Abdul Bashir chegou a Portugal em 2021, com os três filhos menores e estava a ter aulas de português quando pegou numa faca, saiu da sala e matou as duas mulheres que estavam na sala ao lado — uma delas tratava do seu processo enquanto refugiado. Este afegão esteve na Grécia, no campo de refugiados de Lesbos, onde perdeu a sua mulher, num incêndio que deflagrou dentro do campo.