Era suposto ficar 27 dias no mar, mas não durou nem 30 minutos. O Dali, o navio que esta terça-feira provocou o colapso da ponte Francis Scott Key, tinha acabado de partir do porto de Baltimore, no estado de Maryland, para uma viagem com destino ao Sri Lanka, quando embateu com um dos seus pilares. E esta não é a primeira colisão da história da embarcação.
O navio que levava uma bandeira da Singapura deixou o porto por volta da 1h00 desta terça feira, carregando várias mercadorias em direção ao Sri Lanka, onde era suposto chegar a 22 de abril. No entanto, 28 minutos depois, um choque com um dos pilares da ponte, que tem cerca de três quilómetros de comprimento, acabou por encurtar a viagem e fazer com que, pelo menos, sete pessoas desaparecessem, após vários carros terem caído ao rio Patapsco, no momento do colapso.
A empresa proprietária do navio, Synergy Marine Group, confirmou a colisão, em comunicado enviado à BBC, sublinhando, no entanto, que não foram registados danos ou feridos, tendo sido identificados todos os membros da tripulação, inclusivamente os dois pilotos a bordo.
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“Embora a causa exata do incidente ainda não tenha sido determinada, o Dali já mobilizou o seu serviço de resposta a incidentes individuais qualificados”, escreveu, acrescentando estar a cooperar com as autoridades locais.
O Dali estava atracado desde sábado no porto de Baltimore, após ter chegado aos Estados Unidos a 19 de março, do Panamá, noticia o New York Times.
A embarcação foi construída em 2015 pela empresa sul-coreana Hyundai Heavy Industries, tendo registado um acidente logo no ano seguinte. Segundo o mesmo jornal norte-americano, Dali colidiu com um muro de pedra no porto da Antuérpia, cidade na Bélgica, tendo registado alguns danos no navio, mas não tendo ocorrido feridos.
Na madrugada desta terça-feira, cerca das 1h28 (5h28 em Portugal continental), as agências marítimas locais receberam várias chamadas, após o colapso da ponte, que levou a que várias viaturas caíssem na água, inclusivamente um reboque de trator, revelou o diretor de comunicação dos bombeiros de Baltimore, Kevin Cartwright, citado pela CNN.
Até ao início da manhã, havia várias operações de resgate em curso, de forma a encontrar e a salvar as pessoas desaparecidas, que terão caído à agua, que está a uma temperatura de 9 ºC.
“Trata-se de uma emergência grave. O nosso objetivo é o de tentar resgatar e recuperar as pessoas”, disse o diretor, acrescentando que parecia haver “alguma carga pendurada na ponte”.