O governo americano de Joe Biden tem sido alvo de críticas por parte de vários republicanos por assinalar o Dia Internacional da Visibilidade Transgénero, que este ano coincide com o domingo de Páscoa.
A Casa Branca, por seu lado, disse que o Presidente Biden “luta para unir” e defender a dignidade e liberdades de todos os cidadãos, sem abusar “da sua fé para obter ganhos ou lucros políticos”.
A polémica começou com a publicação, na sexta-feira, de uma declaração da Casa Branca a reconhecer este dia internacional, que tem sido celebrado por Joe Biden desde o início do seu mandato.
Esta declaração foi descrita como “blasfémica” por uma porta-voz de Donald Trump, que no sábado acusou a administração Biden de levar a cabo um “ataque (…) à fé cristã” e exigiu um “pedido de desculpas”.
“A presidência de Biden traiu o princípio central da Páscoa, nomeadamente a ressurreição de Jesus Cristo”, continuou Mike Johnson, o líder republicano da Câmara dos Representantes, descrevendo a ação como “escandalosa e odiosa”.
A Casa Branca, por sua vez, acusou os republicanos de procurarem “dividir” e condenou a “retórica odiosa e desonesta”.
O Presidente Biden “luta para unir as pessoas e defender a dignidade e as liberdades de todos os americanos” e “nunca abusará da sua fé para obter ganhos ou lucros políticos”, declarou o porta-voz Andrew Bates, referindo-se ao facto de o presidente Joe Biden ser assumidamente católico.
Donald Trump, que tem feito repetidos apelos aos círculos evangélicos desde a sua eleição em 2016, anunciou no início desta semana uma parceria com uma estrela da música country para oferecer Bíblias, vendidas a 59,99 dólares cada.
Destacando a discriminação de que são vítimas as pessoas transgénero, o senador democrata e pastor Raphael Warnock considerou no domingo que as acusações dos conservadores são “contrárias à fé cristã”.
“Numa altura como esta, precisamos de vozes, particularmente vozes piedosas, que usem a nossa fé não como uma arma para esmagar os outros, mas como uma ponte para nos unir”, disse ele na CNN.
O Dia Internacional da Visibilidade Trans assinala-se em 31 de março desde 2009, criado pela ativista trans norte-americana Rachel Crandall, contra a falta de reconhecimento das pessoas trans dentro da própria comunidade LGBTI e contra o facto de a única efeméride reconhecida à comunidade transgénero ser o Dia Internacional da Memória Trans, que lembra as pessoas trans assassinadas.
Por coincidência, este ano esta data assinala-se no mesmo dia que o domingo de Páscoa, cuja data é móvel e muda todos os anos.