A escritora britânica J.K. Rowling não enfrentará nenhuma ação judicial, nem será detida, devido aos comentários que fez contra a nova lei sobre o crime de ódio e ordem pública na Escócia. A polícia escocesa confirmou ter recebido queixas em relação às publicações da autora da saga Harry Potter, que defendeu que a legislação não protege as mulheres cisgénero e que condiciona a liberdade de expressão, mas revelou que “os comentários não foram considerados criminosos” e “nenhuma medida adicional será tomada”.

As declarações da polícia escocesa, citadas pelo The Guardian, chegam pouco mais de 24 horas depois de J.K. Rowling ter recorrido à rede social X, antigo Twitter, para desafiar as autoridades a detê-la e para assumir-se contra a nova lei, que cria um novo crime de “incitamento ao ódio” relacionado com a idade, deficiência, religião, orientação sexual, identidade transgénero ou intersexualidade. “Estou atualmente fora do país, mas se o que escrevi for considerado uma ofensiva nos termos da nova lei, espero ser presa quando regressar ao local de nascimento do Iluminismo escocês”, escreveu.

J.K. Rowling desafia polícia a detê-la por comentários contra nova lei sobre crime de ódio na Escócia

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Agora, em resposta às declarações da polícia escocesa, a escritora disse que espera que “todas as mulheres na Escócia que desejem defender a realidade e a importância do sexo biológico fiquem tranquilas com este anúncio”, de que não será detida. “Confio que todas as mulheres — independentemente do perfil ou dos meios financeiros — irão ser tratadas de forma igual ao abrigo da lei”, acrescentou, de acordo com o The Guardian.

[Já saiu o sexto e último episódio de “Operação Papagaio” , o novo podcast plus do Observador com o plano mais louco para derrubar Salazar e que esteve escondido nos arquivos da PIDE 64 anos. Pode ouvir o primeiro episódio aqui, o segundo episódio aqui, o terceiro episódio aqui, o quarto episódio aqui e o quinto episódio aqui]

A nova legislação entrou em vigor há dois dias e determina que passa a ser crime fazer comentários depreciativos sobre outra pessoa com base na sua idade, deficiência, religião, orientação sexual, identidade transgénero ou intersexualidade. A polícia escocesa já recebeu, pelo menos, três mil queixas.