O primeiro-ministro anunciou, esta sexta-feira, que irá recorrer ao voto antecipado nas próximas europeias, fazendo-o logo a 02 de junho, para dar o exemplo aos eleitores portugueses, num sufrágio onde Portugal terá “um desafio acrescido”.
No final de um encontro de pouco mais de meia hora com a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, na residência oficial em São Bento, Luís Montenegro reconheceu que “Portugal é talvez o país onde o desafio de participação é maior”, já que a eleição será a 9 de junho, numa semana que antecede um feriado nacional de 10 de junho e, em vários locais, o de Santo António, a 13.
“Partilhei com a presidente do Parlamento Europeu o empenho do Governo português no lançamento de uma campanha de sensibilização dos eleitores”, afirmou, num anúncio que já tinha feito no debate preparatório do último Conselho Europeia.
Em primeiro lugar, explicou, a possibilidade que está a ser desenvolvida de, através da desmaterialização dos cadernos eleitorais, o exercício de voto em 09 de junho “poder ser concretizado em mobilidade”. “Ou seja, as pessoas poderem votar ao longo de todo o território nacional e não apenas na secção de voto onde estão inseridos”, disse.
Por outro lado, essa campanha incidirá também sobre os mecanismos já previstos na lei para o voto antecipado, uma semana antes. “Eu próprio darei o exemplo e muitos membros do Governo: votarei no dia 02 de junho. Não que estivesse impedido ou a pensar estar de férias ou a gozar descanso no dia 9, mas para mostrar aos eleitores portugueses que tenham outros planos que é possível exercer o direito de voto uma semana antes”, disse.
O primeiro-ministro defendeu que “escolher os representantes do Parlamento Europeu e, por via disso, os próximos protagonistas de todas as instituições europeias é também tratar do futuro de Portugal”.
“Ser português hoje é ser europeu, ser europeu é tratar do futuro de todos nós”, afirmou.
No final das declarações, sem direito a perguntas da comunicação social, Roberta Metsola ofereceu a Montenegro uma fotografia que juntava o fundador do PSD Francisco Sá Carneiro e o antigo líder do CDS-PP Diogo Freitas do Amaral.
“A senhora presidente ofereceu-me uma foto do dr. Sá Carneiro e o dr. Freitas do Amaral algures em 1979, 1980, ainda decorria o processo de adesão de Portugal à União Europeia e ambos assumiam responsabilidades do Governo da AD”, explicou o primeiro-ministro português.