A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou este sábado um pacote de apoio à Ucrânia que estava há vários meses bloqueado no Congresso, e que poderá ter um impacto significativo no desenrolar da guerra na Ucrânia. O pacote, no valor de 61 mil milhões de dólares, foi aprovado com 311 votos a favor e 112 votos contra.

Os congressistas democratas votaram unanimemente a favor, enquanto na ala republicana houve uma divisão (101 a favor e 112 contra), que ainda assim não foi suficiente para bloquear o apoio.

Quando a contagem dos votos terminou, houve festejos no Congresso, com bandeiras ucranianas a serem agitadas. Volodymyr Zelensky veio depois reagir, agradecendo uma “decisão que mantém a história no caminho certo”.

“Estou grato à Câmara dos Representantes dos EUA, a ambos os partidos e pessoalmente ao líder Mike Johnson, pela decisão que mantém a história no caminho certo”, escreveu Zelensky no X.

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“A democracia e a liberdade vão sempre ter um significado global e nunca vão falhar enquanto a América ajudar a protegê-la”, disse ainda. “A ajuda vital dos EUA aprovada hoje na Câmara vai impedir a guerra de se expandir, salvar milhares e milhares de vidas e ajudar ambas as nossas nações a tornarem-se mais fortes.”

Zelensky acrescenta que a “paz justa e a segurança só podem ser atingidos através de força” e diz ainda que espera que, agora, o pacote seja aprovado no Senado e chegue à secretária de Joe Biden para ser promulgado.

Também no X, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, congratulou-se com a aprovação do programa, considerando que envia uma “mensagem clara” a Moscovo, e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, elogiou a decisão do Congresso. “A Ucrânia está a usar as armas fornecidas pelos aliados da NATO para destruir as capacidades de combate da Rússia. Isto torna-nos todos mais seguros, na Europa e na América do Norte”, escreveu Stoltenberg.

Em Portugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, saudou a aprovação do pacote, escrevendo no X que, juntamente com a União Europeia, Portugal apoia “a Ucrânia na defesa dos nossos valores e princípios democráticos comuns”.

Por sua vez, Moscovo condenou a ajuda dos EUA à Ucrânia, Israel e Taiwan, afirmando que “vai agravar as crises mundiais”. “A atribuição de ajuda militar dos Estados Unidos à Ucrânia, a Israel e a Taiwan vai agravar as crises mundiais: a ajuda militar ao regime de Kiev é um apoio direto às atividades terroristas; a Taiwan, uma ingerência nos assuntos internos da China; a Israel, uma via direta para um agravamento sem precedentes da situação na região”, criticou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, na plataforma digital Telegram.