Luís Marques Mendes entende que Marcelo Rebelo de Sousa teve uma “noite profundamente infeliz” durante o encontro com jornalistas correspondentes que esteve na origem das várias declarações polémicas do Presidente da República. “Talvez o dia mais infeliz do seu mandato.”

“Foi tudo sem sentido: as considerações deselegantes sobre Luís Montenegro e António Costa; as explicações desnecessárias sobre as relações com o seu filho, que devem ser da intimidade familiar e não da praça pública; e sobretudo a infelicidade da ideia sobre alegadas indemnizações às ex-colónias”, começou por dizer o antigo líder social-democrata e conselheiro de Estado, no seu habitual espaço de comentário na SIC.

Para Mendes, “a ideia de reparações financeiras às ex-colónias é uma ideia sem sentido, é um contencioso que não existe, é um tema que irrita as pessoas e que não se deve abordar à mesa do café com esta ligeireza”. “Exige outro sentido de Estado. Ainda por cima sem concertação com o Governo, a única entidade com competência na matéria. Tudo muito infeliz”, disse.

Num tom particularmente duro, Marques Mendes defendeu que Marcelo Rebelo de Sousa tem “fator de união” e de “equilíbrio”. “Estamos numa altura em que o país precisa muito do Presidente da República, para fazer pontes e ajudar a ‘segurar’ a estabilidade. Ora, Marcelo só pode ajudar o país se tiver a sua credibilidade em alta e se não delapidar o seu capital político. Intervenções como esta não ajudam. É preciso ter mais cuidado.”

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Montenegro teve “brincadeira de mau gosto”

O antigo líder social-democrata criticou ainda Luís Montenegro por ter convidado Rui Moreira para ser número dois na lista da Aliança Democrática para as europeias.

“Uma pessoa com o estatuto de Rui Moreira ou se convida para número um ou não se convida. Este convite foi, pois, uma brincadeira de mau gosto. Uma completa falta de respeito.” Sobre Sebastião Bugalho, o comentador defendeu o candidato da AD às europeias e a decisão de Luís Montenegro.

“Não se pode pedir aos líderes que escolham em função da qualidade, da renovação, da juventude e da não dependência dos aparelhos partidários e depois criticá-los”, disse, antecipando grandes sucessos políticos para Bugalho.