Diana só foi a uma Met Gala, mas foi o suficiente para ficar nos registos do evento. Aconteceu em 1996 e na altura a festa ainda não era o acontecimento de celebridades que é hoje. A princesa de Gales usou um vestido que ficou na história da moda e a sua gargantilha favorita. A escolha deste ícone de estilo foi muito diferente de tudo o que já a tínhamos visto usar e marcou o início de uma nova fase na sua vida.
O vestido em seda azul escura com uma fina renda preta a contornar o decote e a cruzar os ombros em alças era longo e com um corte quase reto, destacando a alta figura da princesa de Gales. O vestido foi a primeira criação de John Galliano em nome da casa Christian Dior. O jovem designer britânico tinha sido contratado há pouco tempo para assumir as rédeas da casa francesa. Depois de ter estado um ano ao leme da Givenchy, Galliano rumava à Dior para que o seu estilo irreverente desse uma nova vida à tradicional maison de Alta Costura. O movimento foi arrojada e uma ideia de Bernard Arnault, o líder do grupo de luxo LVMH ao qual as duas marcas de moda ainda pertencem.
Na altura, Galliano era um jovem talento que viria a consagrar-se na Dior onde durante quase 15 anos levou a criatividade ao limite, embora tenha depois saído de cena com um escândalo que o obrigou a uma reabilitação seguida de um lento e discreto regresso à moda. Diana era a mulher mais fotografada do mundo e um ícone de moda, por isso este vestido estava condenado a ficar na história da moda.
Diana, a antiga princesa de Gales, não foi a única figura da realeza a ir à famosa Met Gala. Na galeria no topo no artigo reunimos as princesas, e até uma rainha, que marcaram presença nesta festa ao longo dos anos.
A princesa de Gales não usou uma criação Dior por acaso. A gala aconteceu a 9 de dezembro de 1996 e a exposição de moda que a festa inaugurava era dedicada a Christian Dior, porque a marca fazia 50 anos de história nesse ano. Diana também usou uma carteira Lady Dior em azul escuro, que foi batizada precisamente em sua honra. O modelo daquela noite foi reeditado numa edição limitada em 2022.
A imprensa que fez a cobertura do evento descreveu a escolha do vestido de Diana como “ousada” e “arriscada”, ou”risqué” como descreve o jornal Telegraph. Diana era na altura uma mulher recém-divorciada, embora ela e o príncipe Carlos estivessem separados desde 1992, o divórcio só ficou oficializado em agosto de 1996. O vestido é o que se chama um “slip dress”, um estilo que se inspira na roupa interior e de dormir e inclui, normalmente, uma boa dose de sensualidade. Talvez naquele ano ainda não fosse tendência, mas mais tarde viria a entrar no vocabulário da moda e em muitas coleções e armários. O look contava ainda com um casaco comprido tipo manto, igualmente em seda azul escura. A imprensa dá também conta de que Diana estaria preocupada com o que o filho mais velho, o príncipe William na altura com 14 anos, iria pensar da escolha do vestido e tinha medo de o envergonhar. Mas vale a pena lembrar que dois anos antes, em 1994, já Diana tinha dado volta ao mundo em fotografias com o seu “revenge dress”.
Galliano disse numa entrevista à Wall Street Journal Magazine em 2018 que, inicialmente, fez o vestido de Diana com um corpete interior para “proteger a sua modéstia real”, cita o Telegraph. Contudo a princesa de Gales terá rejeitado o corpete e escolhido usar o decote à mostra. “Era um reflexo de como ela já se estava a sentir: libertada”, disse o designer britânico.
Diana, uma verdadeira maestra no que à moda diz respeito, combinou o seu vestido arrojado com joias tradicionais. A princesa de Gales usou a gargantilha de pérolas e safira de que tanto gostava, como provam as várias vezes que a vimos usá-la ao longo dos anos. A peça é composta por uma pregadeira com uma grande safira que foi o presente de casamento que a rainha mãe lhe ofereceu quando se casou com o príncipe Carlos, em 1981. Foi Diana quem decidiu tornar a pregadeira num colar e foram então acrescentadas sete filas de pérolas que envolvem o pescoço.
A princesa de Gales usou também uns brincos com safiras e diamantes, que viriam a ganhar uma nova vida na atualidade. Kate Middleton herdou o título e as joias e já a vimos usar estes brincos em várias ocasiões significativas, nomeadamente nas mais recentes cerimónias Trooping the Colour, a primeira do Rei Carlos III e a última da Rainha Isabel II.
Diana foi à festa acompanhada por Liz Tilberies, amiga e editora da revista Harper’s Bazaar. As duas britânicas conheceram-se em Londres, numa altura em que Tilberies era editora da Vogue e a princesa de Gales fez duas capas da revista. Diana viria a morreu em menos de um ano, no trágico acidente de carro que aconteceu em Paris a 31 de agosto. A editora viria a morrer em 1999 com um cancro nos ovários.