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O Qatar apelou esta quarta-feira à comunidade internacional para evitar um “genocídio” em Rafah, no sul da Faixa da Gaza, que enfrenta a ameaça de uma ofensiva em grande escala do exército israelita.

O país do Golfo, mediador nas negociações sobre uma trégua entre Israel e o Hamas, numa declaração esta quarta-feira divulgada, apelou “a uma ação internacional urgente que evite que a cidade seja invadida e que um crime de genocídio seja cometido”.

O Governo do Qatar condenou a tomada pelo Exército israelita do lado palestiniano da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.

“O Estado do Qatar condena nos termos mais veementes o bombardeamento da província de Rafah pelas forças de ocupação israelitas, a invasão da passagem fronteiriça e a ameaça de deslocar cidadãos de abrigos e alojamentos”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, num comunicado publicado no seu site na internet.

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Sublinhou que Doha — que está a realizar um trabalho de mediação com o Egipto para um possível acordo de cessar-fogo entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — também pede “que seja dada proteção total aos civis, em linha com o Direito Internacional e o Direito Humanitário”.

Hamas aceita acordo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, mas Israel considera proposta insuficiente

O Qatar considerou que “o deslocação forçada de civis da cidade de Rafah, que se tornou o último refúgio para centenas de milhares de pessoas deslocadas na Faixa de Gaza, constitui uma violação grave do direito internacional e aprofundará a crise humanitária na região.

Por último, reiterou a “posição firme” das autoridades do Qatar em apoio à “justiça na causa palestiniana, aos direitos legítimos do povo irmão palestiniano e ao estabelecimento de um Estado palestiniano independente nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital”.

O Exército israelita confirmou esta quarta-feira a tomada da parte palestiniana da passagem de Rafah, um dos principais pontos de entrada de ajuda humanitária no enclave, no âmbito do que descreve como uma “atividade dirigida” em “áreas limitadas” contra as “infraestruturas terroristas” do Hamas.

A operação foi lançada horas depois de o gabinete de guerra criado em Israel após os ataques do Hamas de 7 de outubro ter concordado prosseguir com a sua ofensiva, depois de o grupo islâmico palestiniano ter declarado que tinha aceitado uma proposta de cessar-fogo apresentada através do Qatar e do Egito.

Entretanto, as forças armadas israelitas anunciaram esta quarta-feira a reabertura da passagem de Kerem Shalom, no sul de Gaza, um ponto de entrada de ajuda humanitária que tinha sido encerrado há três dias.

O fecho da passagem, pelas forças de Israel, ocorreu depois de um ataque com foguetes de artilharia do Hamas que provocou a morte a quatro soldados israelitas.

Rafah tem sido um canal para a ajuda humanitária desde o início da guerra e é o único ponto por onde as pessoas podem entrar e sair do enclave.

Israel controla atualmente todos os postos fronteiriços do território palestiniano.