As grandes provas internacionais têm um modelo diferente em relação a Grand Slams e Grande Prémios de judo. Expliquemos: nos Jogos Olímpicos ou em Campeonatos do Mundo, existe um maior espaçamento de categorias, com uma por dia no masculino e no feminino que permite que as atenções possam estar menos dispersas entre tatamis durante a competição. Assim, e nas restantes, acompanhar os atletas nacionais é um exercício de “agrupamentos”. No primeiro dia a apontar para nomes como Catarina Costa, Maria Siderot ou Telma Monteiro, no segundo para Bárbara Timo, João Fernando e Joana Crisóstomo, no terceiro para Jorge Fonseca, Patrícia Sampaio ou Rochele Nunes. Agora, há outro nome ao qual ninguém pode fugir.

Taís Pina tem apenas 19 anos e toda uma carreira pela frente mas tem vindo a mostrar em 2024 que promete ser uma figura potencialmente candidata a várias medalhas no plano internacional. Até aqui, num ano em que começou fora do top 50 do ranking mundial de -70kg (agora ocupa a 36.ª posição mas com tendência para continuar a escalar lugares), a jovem nascida na Amadora ganhou a medalha de prata no Grand Slam de Antália depois de um surpreendente quinto lugar no Grand Slam de Paris e deu continuidade a um ano de 2023 que teve como ponto alto o bronze nos Europeus Sub-23. Este sábado, deu mais um passo.

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“Pelo trabalho que desenvolvemos, pela dedicação da Taís Pina,  estes resultados não são novidade. Esteve um ano parada, em 2022, depois de sair da Escola de Judo Nuno Delgado [não podia inscrever-se noutro clube], mas em 2023 teve um ano muito bom, com quatro medalhas nos juniores e bronze no Euro Sub-23. Os objetivos da Taís estão direcionados para os Jogos-2028 [em Los Angeles], mas se lhe forem dadas oportunidades no circuito FIJ e se ela conseguir bons resultados, pois ainda faltam muitas provas de qualificação, não descuramos que ela marque presença em Paris-2024, naquele que será o seu último ano como júnior”, tinha destacado em fevereiro Pedro Jacinto, treinador e coordenador do Algés.

Depois de um primeiro dia em que Maria Siderot tinha sido a melhor representante portuguesa no Grand Slam de Astana, com um quinto lugar em -52kg, Taís Pina, que representa o Sport Algés e Dafundo, esteve em destaque com a chegada a mais uma final de uma prova internacional e com a primeira vitória depois de um ippon fantástico na decisão com a croata Lara Cvjetko, sexta melhor no ranking de -70kg.

Taís começou por derrotar na fase preliminar Yu-Jung Liao, de China Taipé (48.ª do ranking), vencendo logo de seguida a eslovena Anka Pogacnik (17.ª) e a italiana Kim Polling (20.ª). Nas meias-finais, a judoca portuguesa ganhou à britânica Katie-Jemima Yeats-Brown, também com um ranking superior (22.º).