A porta-voz do PAN e o cabeça de lista às europeias juntaram-se este sábado a uma manifestação, à porta do Jardim Zoológico de Lisboa, que pede o fim dos espetáculos com golfinhos e a transição dos delfinários para santuários marinhos.

Na semana passada, o PAN já entregou no parlamento um projeto de resolução que recomenda ao Governo a reconversão de delfinários, a criação de centros de conservação e recuperação das espécies e de santuários.

“Nós queremos garantir que em Portugal são construídos santuários em zonas marinhas naturais para que os golfinho que aqui vivem em cativeiro há já várias décadas possam ser colocados em alto mar numa zona controlada, vigiada, que permita uma transição para um modelo de maior respeito pela vida animal”, explicou Inês Sousa Real, em declarações aos jornalistas.

A porta-voz do PAN salientou que os golfinhos que vivem em delfinários (que estimam ser 35 em Portugal, oito dos quais no jardim zoológico) vivem “em espaços pequenos, muitas vezes sobrelotados”.

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“O PAN defende jardins zoológicos do século XXI, acompanhando o repto da sociedade civil”, afirmou.

Questionada se já teve feedback do Governo sobre estas matérias, Inês Sousa Real lamentou que a proteção animal volte, na orgânica do atual Governo, a estar na tutela da agricultura.

“Queremos garantir que não há retrocesso em matéria de bem-estar animal. As pessoas cada vez têm mais preocupação com o bem-estar animal e queremos garantir que, ao nível do Governo, há essa sensibilização”, disse.

Também o número um do PAN às europeias, Pedro Fidalgo Marques, considerou que a nível europeu “é possível garantir que a implementação da diretiva sobre zoos é efetiva em Portugal” e se possam banir os delfinários.

Os dois dirigentes do PAN juntaram-se à manifestação organizada pela associação “Empty the tanks”, que juntou algumas dezenas de pessoas que empunharam cartazes onde se lia “Cativeiro circense não é solução” e gritaram palavras de ordem como “30 minutos de diversão, uma vida na prisão”, distribuindo panfletos às pessoas que iam entrando no Jardim Zoológico de Lisboa.

O movimento explica que não está a pedir “a libertação imediata dos golfinhos ou o desemprego dos funcionários” que com eles trabalham, mas “a transição de um modelo de exploração circense em delfinário para um modelo de reabilitação em santuário da natureza”, dizendo que este é um modelo testado “com grande sucesso em nove países”.

No projeto de resolução (sem força de lei), o PAN refere estudos científicos que “revelam que animais selvagens mantidos em cativeiro sofrem diversas consequências adversas em seu comportamento e saúde”.

O PAN recomenda ao Governo que “promova e execute programas de reconversão de delfinários e oceanários, sitos em território nacional, em centros de conservação, recuperação e observação das espécies, sem qualquer componente lúdica” e “implemente, no âmbito dos programas de reconversão e em colaboração com especialistas e organizações não governamentais de conservação da natureza e de proteção animal” a transição dos espaços e a criação de santuários naturais.

O PAN pede ainda recursos necessários para a implementação dos programas de reconversão, e ao Governo que promova a sensibilização pública sobre os impactos negativos do cativeiro de animais selvagens e os benefícios da reconversão dos delfinários e oceanários e que estabeleça prazos e metas para a implementação dos programas de reconversão.