A União Europeia (UE) concentrou em Bruxelas ministros da Defesa de vários países para “criar uma rede em todo o mundo” em matéria de segurança, que começou com a Noruega e a Moldova.

O Parlamento Europeu (PE) acolheu durante dois dias o Fórum Schuman, que, de acordo com o Alto-Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, juntou mais de 500 governantes de vários países, incluindo o ministro português da Defesa Nacional, Nuno Melo.

“Queremos criar uma rede em todo o mundo para assegurar que conseguimos contribuir para a segurança e paz em todo o mundo”, disse Josep Borrell.

O chefe da diplomacia europeia anunciou a assinatura de dois protocolos, com a Noruega, país que faz fronteira com a Rússia e que também pertence à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em ingês), e a Moldova, que é candidato à adesão à UE e está numa situação particularmente sensível.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Moldova faz fronteira com a Ucrânia, que há mais de dois anos está a tentar fazer frente a uma invasão da Rússia.

Em simultâneo, o país está a tentar reformar o país para se enquadrar nos padrões europeus, mas tem um problema interno com a Transnístria, região separatista apoiada por Moscovo.

“E há mais [acordos com países] na calha”, anunciou Borrell, sem revelar quais os próximos países e os detalhes dos protocolos assinados com Oslo e Chisinau.

Durante dois dias — o primeiro coincidindo com uma reunião ministerial de Defesa da UE — os governantes debateram os principais desafios geoestratégicos, particularmente os três principais polos de insegurança: a Ucrânia, o Médio Oriente e África.

A invasão que a Rússia iniciou em 24 de fevereiro de 2022, que é hoje uma guerra de atrito, não tem fim à vista, com a Ucrânia a pedir cada vez mais armamento e a possibilidade de o usar para atingir o território russo e tentar coartar o avanço das tropas de Moscovo, que ganham terreno em Kharkiv, uma região que já tinham ocupado e que foi libertada em setembro de 2022.

No Médio Oriente, as tensões entre Israel e os países árabes aumentam ao ritmo da incursão militar no território palestiniano da Faixa de Gaza, apesar dos apelos da comunidade internacional para que o Governo de Benjamin Netanyahu decrete o fim da invasão ao enclave.

Vários países africanos, como o Chade, o Sudão e o Níger estão a atravessar um período de instabilidade geopolítica, com lutas pelo poder feitas na base de confrontos entre forças governamentais e milícias armadas.

O Fórum Schuman de 2024 fez parte da “Bússola Estratégica” da UE para reenquadrar o bloco comunitário ao novo paradigma de segurança e ao contexto geopolítico atual.