Johan Floderus, um diplomata sueco da União Europeia que estava há dois anos preso no Irão, foi libertado em resultado de um acordo entre os dois países, anunciou este sábado o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson. Saeed Azizi, outro cidadão sueco, que foi preso pelo Irão em novembro de 2023, também teve autorização para deixar o país, avança o jornal Politico.

Em troca, a Suécia aceitou libertar Hamid Noury, um ex-funcionário iraniano condenado por ter ordenado uma execução em massa nos anos 90.

O Governo sueco trabalhou intensamente para que eles fossem libertados”, disse o gabinete do primeiro-ministro sueco Ulf Kristersson, em comunicado. “Hoje, eles chegarão a solo sueco e reunir-se-ão com as suas famílias e entes queridos. Bem-vindos ao vosso lar!”, congratulou-se o chefe do governo sueco.

A libertação dos dois suecos, Floderus e Azizi, concretiza-se meses depois de o pai de Floderus ter avisado que os dois homens estavam prestes a ser condenados à pena de morte ou a prisão perpétua pelo Irão, depois de terem sido detidos naquele país sob acusações de espionagem. Tanto os próprios cidadãos suecos, como o governo de Estocolmo e a União Europeia sempre negaram as alegações do Irão.

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O primeiro-ministro sueco chegou a acusar Teerão de manter os dois cidadãos europeus detidos como parte de uma estratégia para libertar Hamid Noury, um iraniano condenado a prisão perpétua na Suécia pelo seu papel na morte de milhares de prisioneiros políticos. Esteve envolvido nos massacres na prisão de Gohardasht, nos arredores de Teerão, em 1988, ordenados pelo Líder Supremo Aiatolá Ruholla Khomeini, e que resultaram na execução de cinco mil presos. Acabou por ser detido na Suécia, em 2019 e condenado por crimes contra a humanidade.

Ulf Kristersson lamentou a libertação de Noury mas admitiu que os cidadãos suecos eram a primeira prioridade para o governo. “Ficou claro que esta operação exigiria decisões difíceis”, disse Kristersson, citado pelo Guardian. “Como primeiro-ministro, tenho uma responsabilidade especial pela segurança dos cidadãos suecos”.

Johan Floderus, um funcionário do Serviço Europeu de Ação Externa da UE, foi preso no Irão em abril de 2022 durante uma viagem de cariz pessoal, para visitar amigos. O regresso à Suécia, dois anos depois, já foi saudado pelo Alto Representante da UE para a Política Externa, Joseph Borrell, e também pela própria Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen.