Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República, não pretende prestar declarações na comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com um medicamento que tem um custo de dois milhões de euros por pessoa. Segundo informação avançada pela TVI, o advogado de Nuno Rebelo de Sousa avisou o Parlamento que o empresário também não pretende enviar qualquer documentação para a CPI.

Para justificar a decisão, a defesa de Nuno Rebelo de Sousa, liderada por Rui Patrício, invoca o facto de o empresário ser visado no processo-crime sobre o caso e, como tal, só pretender depor perante o Ministério Público.

Ainda assim, o Parlamento, avança a referida estação televisiva, pode não aceitar a pretensão de Rebelo de Sousa, havendo a possibilidade de se estar a cometer um crime de desobediência pública qualificada que terá de ser transmitido ao Ministério Público.

A mãe das gémeas vai depor na sexta-feira na comissão parlamentar de inquérito através de videoconferência por ser “a única cuidadora das duas filhas”, confirmou esta terça-feira à Lusa o advogado. “A mãe é a única cuidadora das duas filhas e teria que se ausentar de casa quatro a cinco dias  — longe das filhas  — para estar aqui [em Portugal]. Como única cuidadora não considera que seja pertinente algo que possa fazer sem prejuízo das crianças“, afirmou Wilson Bicalho.

De acordo com o advogado, a audição por videoconferência ficou definida esta terça-feira depois de ter sido feita uma solicitação à comissão parlamentar de inquérito.

Os trabalhos da comissão de inquérito parlamentar vão decorrer até 26 de julho, sendo suspensos durante o mês de agosto, e retomam no dia 10 de setembro.

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