O fabricante britânico McMurtry surpreendeu a concorrência com o seu Spéirling — termo que significa “trovoada” em irlandês — e, mais uma vez, o estranho hiperdesportivo eléctrico com 1000 cv provocou uma verdadeira tempestade. Numa pista em que figuravam hiperdesportivos de nobreza inquestionável, como o Pagani Huayra R e o Mercedes AMG-One, o Spéirling mostrou-se mais uma vez imbatível.
Além de provar a sua superioridade face a alguns dos modelos mais rápidos do mercado, o objectivo da McMurtry era estabelecer um novo recorde no circuito de Hockenheim para veículos homologados para circular em estrada. Simultaneamente, tentaria bater o recorde da pista para modelos com carroçaria fechada, este último na posse do carro do DTM que alcançou a pole position em 2020, ao rodar em 1.28,337.
Com apenas 75% da potência disponível, ou seja, com 750 cv em vez dos habituais 1000 cv que passa às rodas traseiras, o Spéirling usufrui ainda de somente 75% do downforce, uma vez que este apoio aerodinâmico depende da potência dos dois motores eléctricos que fazem mover o veículo e que também accionam o extrator de ar sob o chassi, colando o carro ao solo. Mas, apesar de abrir mão de ¼ da sua potência e apoio, o Spéirling rodou a 8 de Junho – cronometrado por uma entidade independente e certificada – em 1.24,43, batendo um carro de competição em mais de 3,9 segundos.
Hilariante! Quem é o mais rápido entre um Red Bull F1, McMurtry e Rimac Nevera?
O desportivo da McMurtry bateu ainda o anterior recorde para carros de estrada do Mercedes AMG-One, modelo cuja competência ninguém coloca em causa, tanto mais que recorre a um chassi integralmente em fibra de carbono e foi concebido sob a direcção da equipa que faz correr os F1 da Mercedes. Para mais, é animado por um mecânica também herdada da F1, uma versão mais calma — para incrementar a longevidade — do 1.6 V6 turbo similar ao que impulsiona ainda hoje o carro de Lewis Hamilton. Em relação ao AMG-One, o Spéirling retirou o módico tempo de 14,1 segundos. Trata-se de uma “fatia” impressionante numa pista com apenas 4,57 km, pois equivale a ser batido em 64,17 segundos no Nürburgring, sendo que este cálculo transmite a verdadeira vantagem do bólide da McMurtry.
Veja abaixo o vídeo do evento e não perca a volta-canhão com o ex-piloto de F1 Max Chilton ao volante. O piloto comenta ainda, ao pormenor, o comportamento do carro a cada instante, da enorme capacidade de aceleração, apesar de não contar com os 1000 cv, às travagens brutais só possíveis pela carga aerodinâmica, impressionante pois também esta era apenas ¾ do total.