Depois de digerirmos o aspecto algo estranho deste pequeno modelo de competição, que vai ter uma versão de estrada e que se parece bastante com o carro do Batman, tudo o que é possível conhecer a propósito desta máquina 100% eléctrica é bom e impressiona pela sofisticação dos detalhes.

O McMurtry Spéirling foi concebido para bater o recorde na rampa de Goodwood, daí que o seu chassi e carroçaria tenham sido produzidos em fibra de carbono, para limitar o peso a menos de 1000 kg e, assim, igualar o valor previsto para a potência.

O motor eléctrico está acoplado ao eixo traseiro, com o Spéirling, termo que significa furacão em gaélico, a montar suspensões multilink nas quatro rodas com regulação activa da altura ao solo. E isto porque o “Batmobile” está equipado com uma turbina alimentada por um motor eléctrico com 80 cv, destinada a aspirar o ar sob o chassi, colando-o ao solo, que por isso mesmo necessita de rodar mais próximo do asfalto, quando em pista. O construtor promete uma eficiência em curva surpreendente, graças a uma downforce que pode atingir 2250 kg a 240 km/h, mais do dobro do peso do conjunto.

Aos comandos do Spéirling – que possui uma largura e um comprimento próximos de um Fórmula 1 dos anos 60 e recorre a uma “ventoinha” similar à que usava o Brabham BT-46B, o F1 que venceu o GP da Suécia de 1978 – esteve Max Chilton, ex-piloto de F1. Mas Chilton pode ficar surpreendido com a capacidade de aceleração do Batmobile, que reivindica menos de 1,5 segundos de 0-96 km/h, substancialmente melhor do que os 2,6 segundos de um F1 moderno. Os 0-300 km/h tardam 10,6 segundos num F1 moderno, mas o Spéirling afirma necessitar de menos de 9 segundos, para depois alcançar uma velocidade máxima de 322 km/h, menos do que os 360 km/h obtidos por um F1 durante a época passada.

Além destes trunfos, o Spéirling possui um sistema eléctrico a 800V e uma bateria com apenas 60 kWh, o que ajuda a atingir o tal peso inferior a uma tonelada, mas não deve permitir muitas subidas em Goodwood. Contudo, esta bateria pode recarregar a 600 kW, para apressar a recarga nas paragens nas boxes, desde que esteja disponível um carregador com esta potência, o que é altamente improvável.

Resta aguardar pelo melhor tempo conseguido pelo Spéirling no Festival de Velocidade, para ver até que ponto este veículo de competição monolugar, com apenas 3,2 m de comprimento, 1,7 m de largura e 1,1 m de altura, está à altura das expectativas.

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