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O ministro da Defesa, Nuno Melo, salientou nesta quarta-feira o consenso reunido em torno da escolha de Mark Rutte para secretário-geral da NATO e afirmou que esta escolha em nada altera a posição de Portugal na organização.

Em declarações aos jornalistas à margem da participação no seminário “Economia e Defesa”, em Lisboa, organizado pela CIP — Confederação Empresarial de Portugal e a idD Portugal Defence, Nuno Melo considerou “um bom sinal” que, “em tempos muito desafiantes” geopoliticamente, os países tenham consensualizado a sucessão do norueguês Jens Stoltenberg à frente da NATO.

“Quando do ponto de vista geopolítico tudo se altera, o consenso generalizado à volta da escolha é um bom sinal, porque a estabilidade na NATO ajuda a melhor enfrentar esses desafios em relação ao futuro”, afirmou o responsável pela pasta da Defesa.

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Nuno Melo defendeu ainda que mudança não altera a participação portuguesa na organização, referindo que Portugal “dará todo o seu esforço no sentido da construção da paz através do reforço também das capacitações militares, porque é para isso que servem, é para garantir a paz”.

Rutte, 57 anos, atual primeiro-ministro dos Países Baixos, vai suceder ao norueguês Jens Stoltenberg como secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) em 1 de outubro.

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Antes, o ministro da Defesa discursou neste seminário que decorreu durante a manhã no edifício da Culturgest, em Lisboa, e reforçou a importância do investimento na Defesa como meio fundamental de proteger os portugueses e as democracias ocidentais.

Nuno Melo afirmou que no continente europeu já se verifica “uma transição de uma economia de paz para uma economia de guerra” e reiterou a vontade do Governo de reforçar os meios da Defesa para “recuperar um tempo que foi, em certa medido, tempo perdido”.

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“Só nesta abordagem que é alargada poderemos afirmar Portugal como um aliado e parceiro que tem sido assim reconhecido por todos e em todo o lado, relevante, útil e credível nas organizações que integramos, sejam a NATO, a União Europeia, a ONU, a CPLP e nas geografias onde se jogam muitos dos nossos interesses”, acrescentou.

O ministro defendeu que o investimento nas indústrias de defesa deve ter origem pública e privada, argumentando que dessa associação se “consegue ter proveitos gerais” e garantir que “retorno para a economia do país”.

Nuno Melo lembrou ainda o objetivo do executivo de atingir a meta da NATO de um investimento de pelo menos 2% do PIB em defesa e evocou a necessidade de resolver a “grave situação de efetivos, reter os melhores e valorizar os antigos combatentes”.

Neste discurso apelou também a um robustecimento da defesa e maior envolvimento do tecido empresarial português no “reequipamento das nossa forças armadas e na inovação no setor militar”.

“Quando apostamos na indústria de defesa, não estamos a apostar na guerra, estamos a apostar na paz, porque é através de forças armadas operacionalmente fortes que conseguimos o elemento de dissuasão no âmbito da NATO, desde logo, que evita, assim se deseja, as guerras”, concluiu.