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O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse esta quinta-feira que a presidência húngara do Conselho da União Europeia (UE) “não tem mandato para se envolver com a Rússia em nome” dos 27 Estados-membros.

“A presidência rotativa da UE não tem mandato para se envolver com a Rússia em nome da União Europeia”, escreveu Charles Michel na rede social X (antigo Twitter).

Na mesma publicação, Charles Michel disse que o “Conselho Europeu é claro: a Rússia é o agressor, a Ucrânia a vítima”. “Não haverá discussões sobre a Ucrânia que não envolvam a Ucrânia”, acrescentou.

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A publicação do presidente do Conselho Europeu surgiu na sequência de notícias sobre uma visita a Moscovo do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán. A deslocação começou por ser avançada por um jornalista de investigação húngaro no X.

Szabolcs Panyi destacou que um avião do governo húngaro tinha registado uma viagem entre Budapeste e Moscovo e de regresso a Budapeste, movimentação que foi assinalada no site FlightAware, que lista todas as aeronaves que comunicaram com os centros de controlo aéreo em mais de 200 países.

Pouco depois, a informação foi confirmada pela Radio Free Europe/Radio Liberty, citando fontes no governo húngaro: Orbán deslocou-se para Moscovo, onde se vai reunir com o Presidente russo na sexta-feira. Será acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto, que, desde o início da guerra, já se visitou Moscovo cinco vezes.

Questionadas pela Lusa, fontes governamentais em Budapeste não confirmaram a visita de Orbán a Moscovo para um possível encontro com Vladimir Putin.

Além de Charles Michel, também Donald Tusk criticou o Presidente húngaro, confrontando-o com a notícia e desafiando-o a negar os rumores. “Os rumores da sua visita a Moscovo não podem ser verdade, Viktor Orbán, ou podem?”, escreveu o primeiro-ministro polaco no X.

O primeiro-ministro húngaro deslocou-se há dois dias a Kiev, pela primeira vez desde o início da invasão russa, e exortou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a considerar um cessar-fogo como maneira de acelerar as negociações para um processo de paz com o Kremlin.

A Hungria iniciou na segunda-feira, dia 1 de julho, a presidência rotativa do Conselho da UE, durante os próximos seis meses. A visita de Viktor Orbán será contrária àquela que tem sido a postura de todas as instituições da União Europeia desde o início da invasão russa, no início de 2022.

Primeiro-ministro húngaro diz que Ucrânia está a “anos-luz” de uma adesão à UE

Viktor Orbán e o seu governo de extrema-direita são próximos da Rússia de Vladimir Putin. Nos últimos dois anos e meio, a Hungria tem bloqueado pacotes para apoiar a Ucrânia, o primeiro-ministro chegou a expressar que a estratégia para ajudar o país invadido “falhou” e o país acabou por rejeitar continuar a fazer parte do conjunto de países que presta auxílio a Kiev.

É o único país entre os 27 Estados-membros a assumir publicamente a vontade de deixar de contribuir com os esforços económico-financeiros, militares e diplomáticos.