Nem todos os atletas representam o país em que nasceram. Apesar da ligação que perdura desde o primeiro minuto de vida, o lado sentimental acaba, muitas vezes, por levar a melhor. E o futebol não é exceção. Os casos de Pepe e Deco são os mais sonantes no futebol português, mas lá fora também há alguns exemplos de jogadores que tiveram de escolher entre um e outro país.
Aymeric Laporte é um desses casos. Nascido em 27 de maio de 1994 em Agen, no departamento de Lot-et-Garonne, o central deu os primeiros passos no mundo do futebol em França. Desde cedo que mostrou todo o seu potencial, representado a seleção francesa de sub-17, sub-18, sub-19 e sub-21. Contudo, em 2011, com 17 anos, rumou a Espanha para jogar Athletic Bilbau, clube que é conhecido por contratar apenas jogadores que tenham ligações ao País Basco.
Espanha (Grupo B). Lamine, Nico e uma nova era da Roja que pode ser falada pelas melhores razões
Apesar de ter feito quase toda a formação em França, afinal Laporte tinha uma ligação a outro país: Espanha. O seu bisavô tinha raízes bascas, o que lhe permitiu jogar no clube basco. Nos espanhóis, o defesa continuou a progredir e, no ano seguinte, já se tinha estreado na equipa titular, tornando-se muito rapidamente num dos melhores defesas de LaLiga.
A sua carreira prosseguiu nos ingleses Manchester City, mas as oportunidades na seleção francesa teimavam em escassear. Apesar de ser convocado, não chegou a estrear-se pelos bleus e tinha nomes como Raphael Varane e Samuel Umtiti à sua frente nas escolhas do selecionador Didier Deschamps. Deste modo, em 2021, apareceu a seleção espanhola.
Foi nessa altura que a Real Federação Espanhol de Futebol (RFEF) contactou Laporte para representar o país, visto que o jogador esteve sete anos no país e tem ascendência basca. A mudança de nacional desportiva foi aprovada pela FIFA em maio desse ano, permitindo a Laporte ser convocado para o Campeonato da Europa de 2020, que se realizou no mês seguinte devido à Covid-19. Desde essa altura que Laporte tem sido uma presença habitual na roja, tornando-se numa das principais figuras. Com o central, Espanha conquistou a Liga das Nações e tem estado em grande plano no Europeu da Alemanha.