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Os líderes da NATO, reunidos numa cimeira em Washington, expressaram “profundas preocupações” com a reaproximação entre a Rússia e a China e denunciam o apoio de Pequim ao esforço de guerra russo na Ucrânia.

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O aprofundamento da parceria estratégica entre a Rússia e a China, bem como as suas tentativas combinadas de desestabilizar e remodelar a ordem internacional baseada no direito, suscitam profundas preocupações”, pode ler-se na declaração final do Conselho do Atlântico Norte, o mais alto órgão político da Aliança Atlântica.

“A República Popular da China desempenha agora um papel decisivo na guerra da Rússia contra a Ucrânia através da sua chamada parceria ‘ilimitada’ e do amplo apoio que presta à base industrial de defesa russa”, dizem os líderes da NATO, apelando a Pequim, como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, para defender os princípios da Carta das Nações Unidas.

Para o Conselho do Atlântico Norte, a China “continua a colocar desafios sistémicos à segurança euro-atlântica”, sendo “fonte contínua de atividades cibernéticas e híbridas maliciosas, incluindo atividades de desinformação”.

O Conselho do Atlântico Norte reconhece ainda que outros e “vários intervenientes, tanto estatais como não estatais, estão a levar a cabo ações híbridas cada vez mais agressivas contra os Aliados”.

“Recordamos que as operações híbridas levadas a cabo contra os Aliados podem atingir o limiar correspondente a um ataque armado e levar o Conselho do Atlântico Norte a invocar o artigo 5.º do Tratado de Washington”, explicita a declaração final, numa menção ao artigo que diz que um ataque a um dos membros é um ataque a todos.

Na conferência de imprensa após a conclusão da reunião, o secretário-geral Jens Stoltenberg deixou ainda uma palavra para os parceiros da NATO, em especial no Indo-pacífico, frisando que estas parcerias não são uma conveniência temporária, mas uma “mudança estratégica”.

“É importante reconhecer que os 32 aliados declararam claramente que a China é um facilitador decisivo da invasão russa. É a primeira vez que todos os aliados concordam de uma forma tão clara e emitem um comunicado nesse sentido”, referiu.

Na declaração final, os líderes da NATO reconhecem a importância de cooperação com a Austrália, Japão, Nova Zelândia e Coreia do Sul, pela importância vital de proteção da região do Indo-Pacífico.

“Estamos satisfeitos por os nossos parceiros na região Ásia-Pacífico continuarem a contribuir para a segurança euro-atlântica”, conclui o Conselho, acrescentando que também as regiões dos Balcãs Ocidentais e do mar Negro são “áreas estrategicamente importantes”.

A cimeira que assinala os 75 anos da NATO é também a última do atual secretário-geral, Jens Stoltenberg, que terá como sucessor o ex-primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte.

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Sob a liderança do norueguês Stoltenberg, que se iniciou em 1 de outubro de 2014, a NATO ganhou quatro novos membros ao passar a integrar Montenegro (2017), Macedónia do Norte (2020), Finlândia (2023) e Suécia (2024).

Portugal é um dos 12 países da Europa e da América do Norte que fundaram a NATO em 1949.