A atriz norte-americana Shelley Duvall, conhecida por filmes como The Shining, Annie Hall e Popeye, morreu esta quinta-feira aos 75 anos. A notícia foi confirmada pelo parceiro, Dan Gilroy, em declarações ao Hollywood Reporter.

Os números, as histórias e os mitos: 40 coisas que precisamos de saber nos 40 anos de “The Shining”

“A minha querida, doce, maravilhosa parceira e amiga deixou-nos. Demasiado sofrimento nos últimos tempos, agora está livre”, afirmou. Segundo Dan Gilroy, Shelley Duvall morreu na sua casa, no Texas, enquanto dormia devido a complicações relacionadas com diabetes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O Hollywood Reporter recorda que a atriz foi descoberta por membros da equipa do cineasta Robert Altman quando estudava numa universidade da cidade natal, Houston. Foi desafiada a fazer uma audição e em 1970 estreava-se em Brewster McCloud.

No total, atuou em sete filmes de Altman, incluindo o western McCabe & Mrs Miller (1971), o romance Thieves Like Us (1974), o musical Nashville (1975), 3 Women (1977), que lhe valeu o prémio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, e Popeye (1981), em que encarnou a personagem Olivia Palito ao lado de Robert Williams.

“Ele [Altman] oferece-me papéis incríveis. Nenhum deles como o anterior”, chegou a dizer Shelley Duvall, conhecida pela sua versatilidade, numa entrevista ao New York Times, em 1977. “Lembro-me do primeiro conselho que me deu: ‘Não te leves demasiado a sério’. Às vezes acabava por me centrar muito em mim e, subitamente, aquele conselho vinha-me à cabeça e eu ria-me”, revelou.

A convite do cineasta Stanley Kubrick, Duvall assumiu o papel de Wendy Torrance no filme Shining (1980). Foram treze meses de rodagem, com Duvall e Nicholson a reptir a famosa cena do taco de basebol 127 vezes. O filme foi “uma experiência que não trocaria por nada”, chegou a confessar a atriz em entrevista, “porque era o Stanley, e porque foi uma aprendizagem fascinante”. “Mas não quereria voltar a ter uma experiência assim”, assumiu.

Nas palavras de Altman, a atriz “era capaz de balançar para qualquer lado do pêndulo: charmosa, tonta, sofisticada, patética, bonita”. Já o falecido crítico de cinema Roger Ebert chegou a descrevê-la como uma “preciosa peça de porcelana”. “Ela consegue parecer-se e soar como quase qualquer pessoa. Se é verdade que nasceu para interpretar a personagem Olivia Palito (…), também é verdade que possivelmente interpretou mais tipos diferentes de personagens do que qualquer outra jovem atriz na década de 1970.