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O primeiro-ministro português considerou esta quinta-feira que da cimeira da NATO saiu um compromisso que para que a Ucrânia tenha todo o apoio “até que prevaleça” sobre a Rússia. Luís Montengro sublinhou que “vozes ou comportamentos deslocados” não põem em causa este princípio.

Montenegro falava aos jornalistas no final da cimeira da NATO, que se realizou em Washington, e poucos minutos depois da cerimónia em que líderes de 24 países e organizações, incluindo Portugal, e juntamente com a União Europeia, reafirmaram o seu compromisso com a liberdade, segurança e soberania da Ucrânia, numa declaração conjunta denominada “Compacto da Ucrânia”.

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O primeiro-ministro português defendeu que a NATO, e outros parceiros da Aliança Atlântica como a Austrália, a Nova Zelândia, o Japão, a Coreia do Sul, “estão alinhados no apoio militar, no apoio financeiro, no apoio logístico” à Ucrânia.

É necessário deixar, de uma vez por todas, muito claro que a Ucrânia não vai só ter o apoio até que seja necessário, a Ucrânia vai ter o apoio até que prevaleça sobre a Rússia”, afirmou.

Questionado se as visitas recentes a Moscovo e Pequim do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, atualmente presidente em exercício do Conselho da União Europeia, não colocam em risco esse consenso, Montenegro preferiu desvalorizar.

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“Eu acho que enfatizar uma voz ou um comportamento deslocados daquilo que é o essencial não ajuda a pôr em cima da mesa aquilo que verdadeiramente é mais importante. Eu não me lembro de haver uma aliança tão forte, tão consistente, tão disponível como aquela que têm juntado os Estados-membros da União Europeia e aqui os aliados da NATO e os seus parceiros”, disse.

Num balanço da cimeira de Washington, Montenegro destacou os 75 anos da Aliança Atlântica, de que Portugal é um dos 12 países fundadores, e que tem atualmente 32 membros. “Aquilo que nós desejamos é que se possa prolongar durante muito mais anos e que a seguir a nós possam estar aqui outros responsáveis para, daqui a 75 anos, celebrar os 150 anos da NATO”, afirmou.

Além do “desafio mais imediato” de defesa da Ucrânia “face a uma agressão absolutamente injustificada à luz do direito internacional” por parte da Rússia, o primeiro-ministro considerou que a NATO “não se esgota” neste tema.

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“A NATO é muito mais do que isso. A NATO tem uma política de dissuasão relativamente a outras geografias onde podem emergir ameaças novas, muitas vezes até motivadas por uma mão mais visível ou mais invisível de nações que são hostis à Aliança Atlântica, como a Rússia”, acrescentou, reiterando o compromisso de combater ameaças novas como os ciberataques ou a desinformação.

Tal como já tinha feito numa declaração a meio do dia, Montenegro voltou a salientar como “um sentido de reconhecimento” a Portugal a referência, na declaração final, ao desenvolvimento pela NATO de um plano de ação para o sul, num trabalho que foi liderado por uma portuguesa, a investigadora Ana Santos Pinho.

Esta semana, na cimeira de Washington, o primeiro-ministro português anunciou que Portugal vai aumentar o investimento em defesa até 2029 para seis mil milhões de euros, de forma a atingir os 2% do Produto Interno Bruto acordados com a NATO, e indicou que o apoio do país à Ucrânia vai atingir os 220 milhões de euros este ano, valor que será repetido em 2025.