“A violência nunca foi a resposta.” O líder norte-americano falou pela terceira vez à nação em 24 horas desde que o ex-Presidente Donald Trump foi atingindo a tiro num comício e deixou um apelo à união. “Quero falar-vos esta noite sobre a necessidade de baixar a temperatura no campo político e lembrar-vos que quando nós discordamos, não somos inimigos, somos vizinhos, somos amigos, colegas, cidadãos e, acima de tudo americanos”, começou por dizer Joe Biden. “Devemos manter-nos juntos”, sublinhou.
Biden afirmou que depois do atentado contra Trump é preciso dar um passo atrás para “ter perceção de onde estamos e de como seguimos em frente a partir daqui.” Admitiu que ainda não são conhecidas as motivações por trás do ataque — “não sabemos as suas opiniões e filiações” –, garantindo que as autoridades estão a investigar todas estas questões.
“Um ex-Presidente foi atingido, um cidadão norte-americano morto enquanto exercia a sua liberdade de apoiar um candidato. Nós não devemos, não podemos ir por este caminho na América”, sublinhou, acrescentando que a violência “nunca foi a resposta”.
Biden lembrou que há vários episódios deste tipo de violência na história do país, lembrando, por exemplo, o ataque ao marido da ex-líder da Câmara dos Representantes norte-americana Nancy Pelosi, o plano para raptar o governador do Michigan, Gretchen Whitmer, e o ataque por apoiantes de Trump ao Capitólio, em janeiro de 2021. “Não há lugar para este tipo de violência na América, para nenhum tipo de violência. Não há exceções”, defendeu.
O Presidente norte-americano falou também da importância das eleições norte-americanas, que se realizam no início de novembro: “Há muito em jogo”. “Já o disse muitas vezes, a escolha que fizermos nesta eleição vai moldar o futuro da América e o mundo nas próximas décadas”, apontou.
Reconhecendo que alguns têm uma visão diferente para o país, Biden lembrou que o desacordo é “inevitável e parte da natureza humana”, apontou que a política nunca pode ser um campo de batalha. Disse mesmo ter consciência de que na Convenção Nacional Republicana, que arranca esta segunda-feira em Winsconsin, será criticado e será apresentada uma visão diferente da sua para o país. “Eu vou viajar na próxima semana para apresentar a minha visão, a nossa visão. Vou continuar a defender a democracia, a nossa Constituição, apelar à participação eleitoral, sem violência nas nossas ruas, é assim que a democracia funciona. Resolvemos as nossas diferenças no boletim de votos, não com balas”, destacou.
Biden dirigiu-se à nação a partir da Sala Oval, algo que é bastante raro. Como nota a CNN, a última vez em que Joe Biden discursou a partir daquela divisão foi a 19 outubro de 2023, na sequência dos ataques do Hamas a Israel que desencadearam o conflito na Faixa de Gaza.