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Manifestantes contra a guerra na Faixa de Gaza recordaram esta quinta-feira os mortos no território palestiniano deitando-se no chão junto da Casa Branca em Washington, enquanto o Presidente norte-americano, Joe Biden, recebia o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

Os manifestantes derramaram um líquido vermelho nas ruas, dizendo que simbolizava o sangue dos mortos na Faixa de Gaza e gritaram “Prendam Netanyahu”, segundo a descrição da agência Associated Press (AP).

Também levaram uma imagem do chefe do governo israelita com um fato-macaco laranja de prisioneiro com uma inscrição: “Procurado por crimes contra a humanidade”.

Imagens do protesto mostravam ainda manifestantes a realizar um ‘die-in’, simulando estar mortos, em referência às cerca de 40 mil vítimas, na maioria civis, da ofensiva israelita na Faixa de Gaza desde 7 de outubro contra o grupo islamita palestiniano Hamas.

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Num discurso perante as duas câmaras do Congresso, na quarta-feira, Netanyahu defendeu a conduta de Israel durante a guerra, enquanto milhares de manifestantes se aglomeravam perto do Capitólio, marchando pelas ruas da cidade com bandeiras palestinianas e pedindo a prisão do líder israelita.

“Para a civilização prevalecer, Estados Unidos e Israel têm de permanecer unidos”: o discurso polarizador de Netanyahu no Congresso

Na sua intervenção no Congresso, Netanyahu acusou os manifestantes de serem “idiotas úteis do Irão”, que disse patrocinar um “eixo de terror” no Médio Oriente e que também atinge os Estados Unidos.

À porta da Union Station, em Washington, os manifestantes retiraram bandeiras norte-americanas e hastearam as palestinianas no seu lugar, sob aplausos da multidão e ‘grafitaram’ um monumento ao descobridor Cristóvão Colombo.

Dentro e fora do Capitólio, as imagens dos protestos contra o discurso de Benjamin Netanyahu

Numa declaração esta quinta-feira, a vice-Presidente norte-americana, Kamala Harris, que assumiu a candidatura presidencial democrata nas eleições de 5 de novembro, falou veementemente sobre as ações dos manifestantes.

O graffiti e a retórica pró-Hamas são abomináveis e não devemos tolerá-los na nossa nação“, criticou. “Condeno a queima da bandeira americana. Esta bandeira é um símbolo dos nossos mais elevados ideais como nação e representa a promessa da América. Nunca deveria ser profanado desta forma”, disse ainda a política democrata que esta quinta-feira tem previsto um encontro separado com Natenyahu,

O número de manifestantes desta quinta-feira foi significativamente menor em comparação com os protestos do dia anterior, refere a AP.

Hazami Barmada, que se descreveu como uma ativista de base, falou através de um megafone sobre a decisão, anunciada no domingo, de Biden de não se recandidatar e de passar o testemunho a Harris nas presidenciais de novembro.

Joe Biden desiste da corrida à Casa Branca e apoia Kamala Harris para candidata democrata

“Biden não abandonou voluntariamente a corrida, Joe Biden foi expulso da corrida”, lamentou, acrescentando que “Kamala Harris ainda precisa de provar a sua humanidade” para conquistar a confiança dos eleitores pró-Palestina.

“Não lhe vou dar o meu voto até que mostre que partilha os ideais em que o Partido Democrata deveria acreditar”, disse ainda.

Antes de se reunir na Casa Branca com o Presidente norte-americano, o primeiro-ministro israelita expressou a Joe Biden satisfação pela oportunidade de trabalharem juntos nos próximos meses até ao fim do mandato do político democrata.

Netanyahu agradece a Biden e espera trabalharem juntos nos próximos meses

“Quero agradecer-lhe pelos 50 anos de serviço público e apoio ao Estado de Israel e estou ansioso por dialogar hoje e trabalhar consigo nos próximos meses”, declarou o primeiro-ministro de Israel, numa fase em que Biden está a ser desafiado pelos seus adversários republicanos a abandonar a Casa Branca antes do fim do seu mandato devido ao seu estado de saúde.

Segundo a Casa Branca, Biden planeia usar a reunião com Netanyahu para pressionar Telavive e o Hamas a selar uma proposta apoiada pelos Estados Unidos para libertar os restantes reféns na Faixa de Gaza, que se encontram detidos no enclave desde o ataque, em 07 de outubro, do grupo islamita palestiniano no sul de Israel, que provocou quase 1.200 mortos e desencadeou o atual conflito.

O acordo em três fases pretende terminar o conflito no enclave, o que seria uma conquista para o legado do político democrata de 81 anos.

Na sexta-feira, Netanyahu desloca-se à Florida, onde se reunirá com o ex-Presidente norte-americano e candidato republicano às presidenciais de novembro, Donald Trump.

Benjamin Natanyahu proferiu na quarta-feira um enérgico discurso perante as duas câmaras do Congresso norte-americano, no qual pediu mais armas aos Estados Unidos para “acelerar o fim da guerra” na Faixa de Gaza e defendeu uma zona desmilitarizada no enclave com uma administração civil no pós-conflito.