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Kamala Harris reuniu-se esta quinta-feira com o primeiro-ministro israelita, num encontro à porta fechada em que o pressionou a aceitar o acordo de cessar-fogo em cima da mesa. À saída da reunião na Casa Branca, a vice-Presidente lembrou que “Israel tem o direito a defender-se e a forma como o faz importa”.

Falando aos jornalistas, a vice-presidente começou por lembrar que desde jovem e no seu caminho pelo Senado sempre teve “um compromisso inabalável com o Estado de Israel” e por condenar os atos terroristas do Hamas no 7 de outubro.

Harris continuou, lembrando os nomes dos reféns norte-americanos que continuam em Gaza, assim como daqueles que morreram no cativeiro e reafirmando o compromisso para com as suas famílias: de os trazer de volta a casa.

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Apesar do apoio à legítima defesa de Israel, a potencial candidata democrata à Casa Branca aproveitou o encontro para expressar a Benjamin Netanyahu a sua preocupação com o resultado dos ataques israelitas e a “dimensão do sofrimento em Gaza”.

O que está a acontecer em Gaza durante os últimos nove meses é devastador“, declarou descrevendo a “terrível situação humanitária”. Falou da fome, das crianças mortas, das pessoas “desesperadas a tentar fugir para a segurança” e dos deslocados — “por duas, três e quatro vezes”. E deixou uma promessa: “Não podemos desviar os olhos destas tragédias. Não nos podemos permitir a indiferença. Eu não ficarei em silêncio“.

Como prova do envolvimento norte-americano na resolução da catástrofe em Gaza, Kamala Harris assegurou que o acordo de cessar-fogo apresentado por Joe Biden ainda está em cima da mesa. Continuou, relembrando os detalhes desta proposta, dividida em três fases.

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A prioridade é “acabar a guerra”. Depois, os Estados Unidos querem a segurança de Israel, a libertação dos reféns, o fim do “sofrimento dos palestinianos em Gaza” e o a afirmação do seu direito à liberdade, dignidade e autodeterminação.

Como disse ao primeiro-ministro Netanyahu, é tempo de fechar este acordo. Vamos trazer os reféns para casa e trazer um alívio muito necessário ao povo palestiniano”, repetiu Kamala Harris, garantindo que continua “comprometida com um caminho que conduza à solução de dois Estados“.

A possível sucessora de Joe Biden na Casa Branca deixou ainda uma palavra “a todos aqueles que clamam por paz e por um cessar-fogo”: “eu vejo-vos, eu oiço-vos”.

Kamala Harris não marcou presença no discurso de Netanyahu no Congresso na quarta-feira, mas fez menção à dicotomia que o israelita criou “entre o bem e o mal”. Contrariando-a, defendeu que, tal como a realidade, “a guerra em Gaza não é um tema binário, apesar de as discussões serem muitas vezes binárias”.

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Em plena campanha eleitoral, concluiu a sua declaração com um apelo ao povo norte-americano: que compreendam “a complexidade, a nuance e a história da região” mas condenem sempre “o sofrimento de inocentes, o antissemitismo, a islamofobia e o ódio em todas as suas formas”.

*Editado com Cátia Andrea Costa