O recém-anunciado CEO da Starbucks, Brian Niccol, tem sido alvo de críticas depois de ter sido revelado que se iria deslocar quase 1600 quilómetros desde a sua casa na Califórnia até à sede da empresa em Seattle por jato privado. A crítica pública recorda a política da empresa que enfatiza preocupações ecológicas.

Segundo a BBC, que teve acesso ao contrato de trabalho de Niccol, a utilização do jato corporativo está limitada a “viagens de negócios” e deslocações entre a sua casa e a sede. A Starbucks refere ainda que iriam instalar um escritório na sua residência em Newport Beach, para trabalho remoto.

A empresa garante o trabalho em regime híbrido, requerendo que os seus funcionários se desloquem à sede pelo menos três vezes por semana.

Com o aumento da preocupação popular sobre o clima e o ambiente, esta questão tem levantado muitas críticas. Depois da Starbucks se ter tornado na primeira vendedora de café americana a aceitar copos reutilizáveis, utilizadores da rede social X fizeram questão de comentar as deslocações do novo CEO.

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“Que bom… Boa conveniência para o talento de topo! Só espero não ver mais publicidade da Starbucks a falar de sustentabilidade e do ambiente”.

Além do fator ecológico, também se tem debatido o salário do novo executivo. O antigo secretário de estado do trabalho dos Estados Unidos da América durante a presidência de Bill Clinton, Robert Reich, comentou o assunto, questionando porque nunca se fala do salários dos gestores quando se discute o aumento de preços no país.

Niccol, ex-CEO e presidente do Chipotle, uma cadeia de restauração especializada em comida mexicana, irá ainda receber um bónus de 10 milhões de dólares (8,98 milhões de euros) só pela assinatura do contrato de trabalho. Quando assumiu a chefia do Chipotle em 2018, a empresa estava no meio de uma polémica envolvendo surtos de intoxicações alimentares nos seus estabelecimentos. Durante os seus seis anos no comando da cadeia, as vendas duplicaram e as ações valorizaram mais de 40 dólares (35,92 euros), abrindo mais de 1000 restaurantes e introduzindo novas tecnologias de preparação de comida automatizada.

A sua chegada à Starbucks vem no seguimento dos boicotes associados à subida de preços e ao conflito israelo-palestiniano, que implicaram um decréscimo das vendas o que levou à saída do gestor Laxman Narasimhan. A entrada oficial no cargo de Niccol está marcada para 9 de setembro.