Pelo menos 60 pessoas morreram no leste do Sudão quando a barragem Arbaat, a 40 quilómetros a norte de Porto Sudão, colapsou e causou a inundação de várias habitações, anunciou esta segunda-feira uma organização não-governamental (ONG).
“Pelo menos 60 pessoas morreram afogadas e dezenas estão desaparecidas depois do colapso da barragem Arbaat, no leste do Sudão e que tinha uma capacidade de 25 milhões de metros cúbicos de água”, disse o vice-presidente do Crescente Vermelho no país, Mohamed Adrub, à agência espanhola de notícias, a EFE.
Os números avançados por esta ONG humanitária estão muito acima dos números oficiais, já que, de acordo com a agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP), o Ministério da Saúde anunciou a morte de apenas quatro pessoas, sem dizer quantas estão desaparecidas, mas vários órgãos de comunicação locais colocam o número de mortes em pelo menos 60, a que acrescem os que foram levados na enxurrada e estão desaparecidos.
Um responsável local disse ao site sudanês Al-Tagheer que deve haver pelo menos 60 mortos, e o governante com o pelouro da gestão dos recursos naturais confirmou que os danos “são extensos”, mas sem avançar números.
De acordo com o portal de notícias Medameek, citado pela AP, há mais de 100 pessoas desaparecidas, para além dos habitantes que subiram as colinas para fugir à força das águas.
A barragem está a 40 quilómetros a norte de Porto Sudão, a cidade para onde muitos dos principais governantes do país fugiram no seguimento da guerra entre as forças armadas e as forças paramilitares conhecidas como Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
O reservatório de água da barragem fornecia água potável e ajudava a cidade a gerir as cheias durante as monções, mas colapsou no sábado à noite, no seguimento de fortes chuvadas.
A guerra no país perturbou fortemente as infraestruturas civis e um sistema de saúde já de si frágil, tendo feito milhares de mortos e criado a maior crise humanitária a nível mundial, com mais de dez milhões de pessoas a serem obrigadas a fugir de suas casas, das quais dois milhões para os países vizinhos.