As autoridades francesas terão emitido já em março mandados de detenção para os dois principais nomes da plataforma Telegram: o CEO, Pavel Durov, e o irmão, Nikolai Durov, cofundador e considerado o “cérebro” da aplicação. A informação é avançada pelo jornal Politico, que teve acesso a um documento administrativo.

Pavel Durov está detido em França desde sábado à noite. Na segunda-feira, a Procuradoria da República francesa revelou que Durov, que tem nacionalidade russa, francesa e emiradense, foi detido no âmbito de uma investigação iniciada a 8 de julho, contra uma pessoa não identificada. O CEO do Telegram estará a ser questionado sobre uma série de potenciais crimes na plataforma, como ser cúmplice em atividades de distribuição de pornografia infantil, venda de droga, lavagem de dinheiro e a recusa de cooperação com as autoridades.

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Segundo o jornal, o documento revela que os mandados para Pavel e Nikolai Durov terão sido emitidos a 25 de março, o que sugere que a investigação poderá ser anterior ao que foi revelado pelas autoridades. Em causa estará também a falta de resposta da plataforma a um pedido policial para identificar um utilizador do Telegram no âmbito de uma investigação.

O Politico cita o documento onde terá sido referida a “cooperação quase não existente do Telegram” com as autoridades francesas.

Neste momento, não é conhecido o paradeiro de Nikolai Durov, um matemático e programador que também ajudou o irmão mais novo a fundar a rede social VKontakt, na Rússia, em 2006. As autoridades francesas indicaram ao Politico que, neste momento, “a única pessoa que está a ser interrogada neste caso é Pavel Durov”.

O Telegram diz que o CEO “não tem nada a esconder” e considerou que “é absurdo alegar que a plataforma ou o seu dono são responsáveis por abusos nessa plataforma”.