Numa carta enviada à presidente da Comissão Europeia, onze países europeus, com Portugal, Alemanha e Espanha à cabeça, estão a pressionar uma “rápida conclusão das negociações” entre a União Europeia e o Mercosul, “até ao final de 2024”. As posições de princípio sobre o acordo comercial entre os dois blocos foram fechado em 2019, mas as negociações técnicas nunca chegaram a bom porto.

Agora, vários líderes europeus, entre os quais o primeiro-ministro português, lançam novo repto a Von der Leyen. “É urgente assegurar os progressos alcançados até agora e encerrar as negociações”, aparece surge na carta a que o Observador teve acesso e que está assinada por Luís Montenegro, Olaf Scholz, chanceler da Alemanha,Pedro Sánchez, presidente do Governo espanhol e também, Mette Frederiksen, primeira-ministra da Dinamarca, Evika Siliņa, primeira-ministra da Finlândia, Ulf Kristersson, primeiro-ministro da Suécia, Luc Frieden, primeiro-ministro do Luxembrugo, Petr Fiala, da República Checa, Kristen Michal, da Estónia.

A preocupação maior quanto ao atual impasse é que “outras potências” possam ganhar “influência ainda mais forte nos mercados latino-americanos, tanto económica como politicamente”. “Nos últimos dez anos, as empresas europeias perderam, em média, 15% de quotas de mercado na região. É óbvio que um tal declínio económico tem um impacto na relevância política da UE. Não devemos permitir que isto continue. A UE deve levar a sério a sua posição de ator geopolítico”, sublinham ainda pressionando Von der Leyen.

Na carta, os países alertam que caso “UE e o MERCOSUL não conseguissem concluir as negociações agora, isso poderia enviar um sinal negativo a outros parceiros, mesmo para além das questões comerciais”. Esta iniciativa surge numa altura em que foram retomadas as negociações entre representantes da UE e do Mercosul, que estão a decorrer em Brasília. “Acreditamos que estão reunidos todos os elementos para permitir uma rápida conclusão das negociações até ao final de 2024″.

Os líderes europeus querem que o acordo seja fechado “com base no acordo político alcançado em 2019 e complementado por compromissos adicionais negociados desde então”. “Mais do que ampliar as negociações técnicas, com vistas à assinatura do Acordo no primeiro semestre de 2025, é necessária uma decisão política”, advertem.

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