As primeiras autópsias das vítimas mortais do naufrágio de um iate de luxo ao largo da costa siciliana, em Itália, revelam que morreram de “afogamento seco”. Segundo o porta-voz do advogado do capitão do Bayesian, que se afundou a 19 de agosto, não havia água nos pulmões, traqueia ou estômago das primeiras quatro vítimas autopsiadas.

A causa da morte sugere que encontraram uma bolha de ar na cabine onde estavam e que consumiram todo o oxigénio antes desta bolha de ar se tornar tóxica devido ao dióxido de carbono, de acordo com os meios de comunicação social locais.

As autópsias do advogado norte-americano Chris Morvillo, da sua mulher Neda Morvillo, do banqueiro da Morgan Stanley Jonathan Bloomer e da sua mulher Anne Elizabeth Judith Bloomer foram efetuadas na quarta-feira no Instituto de Medicina Legal de Palermo.

As vítimas mortais seguiam no iate do empresário tecnológico Mike Lynch, CEO da Autonomy até à sua venda, em 2011, depois de ter sido acusado de ter falsificado as contas da empresa nos dois anos antecedentes à sua compra pela HP. Após enfrentar uma batalha legal que durou anos e de evitar uma pena de 25 anos de prisão nos EUA, Lynch voltou ao Reino Unido e a viagem com o Bayesian, em Itália, faria parte das comemorações, tendo alguns dos passageiros relação com os negócios e o processo do empresário britânico, caso do advogado e banqueiro e das respetivas mulheres cuja causa da morte já foi apurada.

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A 24 de agosto, numa conferência de imprensa, o chefe dos bombeiros de Palermo, Bentivoglio Fiandra, explicou que o Bayesian afundou primeiro na popa e depois virou para o lado direito. “Como resultado, as vítimas tentaram mover-se para o lado esquerdo do barco, onde permaneciam as últimas bolsas de ar”, informou, citado pelos jornais italianos.

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As autópsias ao empresário britânico Mike Lynch e à sua filha de 18 anos deverão ser efetuadas na sexta-feira. Ainda não foi marcada uma data para a autópsia de Recaldo Thomas, o cozinheiro de bordo do navio, devido à dificuldade em contactar a sua família em Antígua.

Segundo o jornal italiano La Reppublica, na noite do naufrágio, Angela Barcares, mulher de Lynch, que também é administradora-geral da empresa proprietária do barco, percebeu cedo o agravamento das condições meteorológicas. Saiu da cabine e foi até ao convés principal onde já se encontravam nove passageiros. Quando se apercebeu da gravidade da situação tentou voltar até às cabines para salvar o marido e a filha, cortou-se num vidro e pouco depois houve um apagão de eletricidade e já não conseguiu chegar junto deles. Angela sobreviveu juntamente com mais 14 pessoas.

O Byesian, um iate de luxo de três pisos que ganhou dois prémios de design de interiores, naufragou na madrugada de 19 de agosto, com 22 pessoas a bordo. Sete morreram e quinze, incluindo um bebé de um ano salvo pela mãe, conseguiram entrar num bote salva-vidas e foram rapidamente resgatadas com o auxílio das embarcações próximas ao largo da costa siciliana.