A greve dos trabalhadores da administração local convocada pelo STAL estava esta sexta-feira às 10h30 a afetar escolas, recolha de lixo, bibliotecas e museus, entre outros serviços, no continente, disse à Lusa fonte sindical, sem revelar números de adesão à paralisação.

Em declarações à agência Lusa, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (STAL), Cristina Torres, disse que a greve foi marcada para permitir que os trabalhadores participem na manifestação agendada para esta sexta-feira de manhã em Lisboa para reivindicar melhores condições salariais, estando a afetar alguns serviços em vários distritos.

“A esta hora não consigo avançar com números de adesão à greve. Temos conhecimento de que haverá escolas afetadas, principalmente jardins-de-infância, museus e bibliotecas, mas não temos ainda números”, disse.

Cristina Torres adiantou que os trabalhadores estavam às 10h30 concentrados no Jardim da Estrela para dar início à manifestação, que termina no Jardim das Francesinhas, junto à Assembleia da República.

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“Vamos estar muito perto da residência oficial do primeiro-ministro. Vamos a gritar, a ver se ele nos ouve e responde ao abaixo-assinado que nós entregámos. Também estamos muito perto da Assembleia da República, onde estamos à beira de iniciar a discussão do Orçamento do Estado para 2025″, afirmou a sindicalista à Lusa na quinta-feira.

O STAL tinha entregado em 25 de junho um abaixo-assinado ao Governo, subscrito por 25 mil trabalhadores, com as principais propostas do sindicato.

Em causa estão o aumento do salário mínimo na administração pública e do subsídio de refeição, bem como o alargamento da abrangência do Suplemento de Penosidade e Insalubridade (SPI), medidas que contribuiriam para “valorizar os trabalhadores”.

Relativamente ao SPI, o STAL defende o aumento da sua abrangência quer em relação aos trabalhadores que beneficiam dele, quer à sua aplicabilidade: “Ficou muito limitado. Ficou só para os trabalhadores da carreira de assistente operacional e, dentro desta carreira, para um conjunto limitado também de profissões. Nós consideramos que é possível e necessário alargar o âmbito deste suplemento a outras carreiras e a mais profissões”, defendeu Cristina Torres.

O sindicato pretende igualmente que este subsídio deixe de ser apenas de penosidade e insalubridade e passe também a ser de risco.

Atualmente, o valor do SIP mais alto é de 4,99 euros (por dia) e o mais baixo de 3,36 euros, e é pedida uma “atualização destes valores com base na inflação”.

Outra das reivindicações tem a ver com um incremento mínimo de 150 euros de todos os salários e o estabelecimento em 2025 de um salário mínimo, na administração pública, de 1.000 euros (atualmente, o valor é de 821,83 euros).

O aumento do subsídio de refeição dos atuais seis euros para os 10,50 é outra das reivindicações.

Paralelamente à greve no setor marcada para a participação no protesto, o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), que também está nesta manifestação, convocou para esta sexta-feira uma greve de 24 horas por melhores condições de trabalho e de salário.

Num comunicado divulgado em 4 de setembro, o STML explica que a greve decorre entre as 00h00 e as 24h00 desta sexta-feira e que abrange todos os trabalhadores do município de Lisboa, incluindo os das empresas municipais, intermunicipais, fundações e outras, bem como todos os trabalhadores das juntas de freguesia do concelho, “seja qual for o seu vínculo contratual, regime de horários e local de trabalho”.