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Guterres pede cessar-fogo e diz que Líbano não se pode tornar "noutra Gaza"

António Guterres defendeu um acordo para cessar-fogo e libertação de reféns entre Israel e o Hamas e alertou que o "Líbano está à beira do abismo", sendo que não se pode transformar "noutra Gaza".

epa11451703 United Nations Secretary-General Antonio Guterres gestures as he speaks during a meeting with Kyrgyz President Sadyr Japarov (not pictured) in Bishkek, Kyrgyzstan, 02 July 2024. The UN Secretary General is on an official visit to Kyrgyzstan.  EPA/IGOR KOVALENKO
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IGOR KOVALENKO/EPA

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António Guterres deu o pontapé de saída da 79.ª Assembleia Geral da ONU apelando à comunidade internacional para “mobilizar-se” para que seja alcançado um acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns entre Israel e o Hamas. O secretário-geral das Nações Unidas defendeu uma “solução de dois Estados” e descreveu Gaza como um “pesadelo sem fim”.

“Devemos todos ficar alarmados com a escalada. O Líbano está à beira do abismo. O povo libanês, Israel e o mundo não podem permitir que o Líbano se transforme noutra Gaza”, afirmou, lembrando que “nada pode justificar os atos de terror abomináveis cometidos pelo Hamas a 7 de outubro” e que “nada pode justificar a punição coletiva do povo palestiniano”.

Quanto à guerra na Ucrânia, Guterres disse que “não há sinais de abrandamento” e notou que os “civis estão a pagar o preço do aumento do número de mortos e comunidades destroçadas”. “Chegou o momento de alcançar uma paz justa, baseada na Carta das Nações Unidas, no direito internacional e nas resoluções da ONU”, considerou.

No discurso com que abriu a Assembleia Geral da ONU, Guterres disse que “2024 é o ano em que metade da humanidade vai às urnas e metade da humanidade será afetada”. “Estou, perante vós, neste turbilhão, convencido de duas verdades. Primeiro, o estado do nosso mundo é insustentável, não podemos continuar assim. E, em segundo lugar, os desafios que enfrentamos são solucionáveis, mas isso exige que nos asseguremos de que os mecanismos de resolução de problemas internacionais os resolvem efetivamente”, defendeu.

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Para resolver os problemas, segundo o secretário-geral da ONU, será necessário “enfrentar três grandes fatores de insustentabilidade: um mundo de impunidade em que as violações e os abusos ameaçavam os próprios fundamentos do direito internacional e da Carta das Nações Unidas; um mundo de desigualdade em que as injustiças e as queixas ameaçam minar os países ou mesmo empurrá-los para o abismo e um mundo de incerteza em que os riscos global não geridos ameaçam o futuro de formas desconhecidas”.

Estes mundos de impunidade, desigualdade e incerteza estão ligados e a colidir”, afirmou António Guterres.

De seguida, o secretário-geral da ONU denunciou um “nível de impunidade” que existe “em todo o lado — no Médio Oriente, no coração da Europa, no Corno de África e não só”. “O nível de impunidade no mundo é politicamente indefensável e moralmente intolerável. Atualmente, um número crescentes de governos e de outras entidades sente-se no direito de obter cartões de ‘saída da prisão’. Podem espezinhar o direito internacional, podem violar a Carta das Nações Unidas, podem fechar os olhos às convenções internacionais sobre direitos humanos ou às decisões dos tribunais internacionais”, denunciou, antes de continuar a dizer que as entidades sentem que “podem meter o nariz no direito humanitário internacional, invadir outro país, destruir todas as sociedades ou ignorar totalmente o bem-estar do seu próprio povo e nada acontecerá”.

Lula da Silva sobre conflito israelo-palestiniano: “O direito de defesa transformou-se no direito de vingança”

O Presidente do Brasil foi o primeiro a discursar nesta Assembleia Geral, depois de António Guterres. Lula da Silva falou sobre o conflito israelo-palestiniano, repetindo o que tem dito sobre a Faixa de Gaza e Israel. “O direito de defesa [de Israel] transformou-se no direito de vingança que impede um acordo para a libertação de reféns”, sublinhou.

Mas o discurso de Lula da Silva focou-se na guerra na Ucrânia, que usou para defender que não é através de armas que se ganha uma guerra, criticando o fornecimento de armamento. “Os gastos militares globais cresceram pelo nono ano consecutivo”, começou por dizer, acrescentando que “estes recursos poderiam ter sido utilizados para combater a fome e enfrentar a mudança do clima”.

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“O que se vê é o aumento das capacidades bélicas. O uso da força sem amparo no direito internacional está a tornar-se a regra. Na Ucrânia, é com pesar que vemos a guerra estender-se sem perspetiva de paz. O Brasil condenou de maneira firme a invasão do território ucraniano, mas está claro que nenhuma das partes conseguirá alcançar todos os seus objetivos pela via militar. O recurso a armamento é cada vez mais destrutivo”, sublinhou. Para o Presidente do Brasil, é crucial, também através da ONU, “criar condições para a retomada do dialogo entre as partes”.

Biden abre discurso a garantir apoio à Ucrânia

Depois de Lula da Silva, Joe Biden discursou também na Assembleia Geral e garantiu, mais uma vez, apoio à Ucrânia. “A guerra de Putin fracassou. Queria destruir a Ucrânia, mas a Ucrânia continua a ser livre”, começou por dizer. “Dizia que queria debilitar a NATO, mas a NATO está mais unida e mais forte do que nunca — temos dois membros novos, a Finlândia e a Suécia”, acrescentou.

O Presidente dos Estados Unidos garantiu que o país não vai abandonar a Ucrânia. “Temos de tomar outra decisão: ou mantemos o nosso apoio para que a Ucrânia ganhe esta guerra e a sua liberdade ou vamos para o outro lado e deixamos que se destrua esta nação”. “Não o faremos até que a Ucrânia consiga a sua liberdade”, garantiu.

Já em relação ao conflito israelo-palestiniano, o Presidente dos Estados Unidos voltou a dizer que “o mundo não deve render-se aos horrores de 7 de outubro”. “Todos os países têm o direito de garantir que não volta a repetir-se um ataque. Não se pode invadir um estado soberano, com numerosas mortes”, acrescentou.

Biden mencionou ainda que foram cometidos “atos inarráveis de abusos sexuais”, que “inocentes foram tomados como reféns” e ainda que “os civis inocentes em Gaza também estão a passar por um inferno”. “As famílias [palestinianas] nunca pediram para começar esta guerra que foi começada pelo Hamas”, sublinhou.

Este é o momento para que as partes cheguem a um acordo para entregarem os reféns e garantirem que a liberdade de Gaza frente às garras de Hamas. É preciso acabar com esta guerra.” Quanto à solução para conseguir alcançar um fim para esta guerra, Biden apontou a hipótese da criação de dois estados, “com pleno reconhecimento”.

Erdoğan: “As Nações Unidas, lamentavelmente, não cumpriram a sua função internacional”

Recep Tayyip Erdoğan, Presidente da Turquia, falou também na Assembleia Geral das Nações Unidas, centrou o seu discurso nos ataques israelitas em Gaza e não evitou críticas à ONU: “Nos últimos anos, as Nações Unidas, lamentavelmente, não cumpriram a sua função internacional”.

Enquanto morrem crianças em Gaza, a comunidade internacional está a dar uma imagem muito negativa e fracassou muito. O que se está a passar na Palestina é sinal de um enorme colapso moral. Em Gaza, não estão a morrer só crianças, está também a morrer o sistema das Nações Unidas. Os valores que o Ocidente diz defender estão a morrer, na verdade. A esperança de viver num mundo mais justo também está a morrer.”

O Presidente turco falou sobre as mortes na Faixa de Gaza, sobre os edifícios destruídos naquele território, lembrando as escolas e os hospitais que ficaram destruídos. “Vimos imagens de prisões de Israel que estão convertidas em campos de concentração e aí demonstra-se a violência a que estamos a assistir.”

E deixou ainda várias questões: “Os que estão em Gaza não são seres humanos? As crianças na palestina não têm direitos? Não têm direito a brincar na rua em segurança?”

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Erdoğan acusou Israel de fazer “limpeza étnica, um genocídio claro contra um povo” e defendeu que existe uma “resistência justa do povo palestiniano”. Ainda no mesmo discurso, cujo tema foi unicamente o conflito israelo-palestiniano, Erdoğan falou ainda sobre os países que estão a apoiar Israel. “Precisamos de uma troca de prisioneiros e de reféns e de garantir ajuda humanitária. É fundamental que ajudemos o povo de Gaza, sobretudo antes que o inverno piore a situação.”

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