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Casamento real em Atenas. Depois de quatro anos de espera, Theodora casa-se com a tiara egípcia e o véu das princesas

Com a família real grega em peso, a rainha Sofia com as infantas Elena e Cristina e damas de honor reais, o casamento de Theodora da Grécia aconteceu este sábado, depois de dois adiamentos.

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É caso para pensar “viram-se gregos para casar”, mas esta princesa conseguiu finalmente ter o seu casamento de final feliz. Depois de verem a data da boda ser adiada duas vezes (uma delas por causa da morte do pai da noiva, o Rei Constantino) e de quatro anos de espera, Theodora da Grécia e Matthew Kumar casaram este sábado na Catedral de Atenas. A noiva usou um look recheado de tradições e estiveram presentes vários membros da realeza. Na véspera, uma festa reuniu os noivos com familiares e convidados.

A noiva chegou à Catedral de Atenas, também conhecida como Catedral de Santa Maria da Anunciação, acompanhada pelo irmão mais velho, o príncipe Pavlos. A princesa Theodora usou um vestido de noiva criado pela designer grega Celia Kritharioti. A peça, totalmente bordada com motivos florais criando o efeito de tecido com textura, contava com decote barco criado por um tecido transparente a envolver os ombros, e uma saia rodada muito ampla.

O atelier de Celia Kritharioti tem morada em Atenas, na antiga casa de Tsouchlos, a mais antiga casa de vestuário de luxo grega com origem em 1906, e que agora pertence a Kritharioti. O marido da designer é Nikolas Tsakos, um armador milionário. No casamento real grego de 2021, do príncipe Philippo com Nina Flohr, a rainha Ana Maria, mãe do noivo, usou um vestido de Celia Kritharioti, assim como Tatiana Blatnik, na altura ainda casada com o príncipe Nikolaus, irmão do noivo. A própria designer terá sido convidada da boda. Já várias celebridades de estatuto internacional, como Beyoncé, Nicole Kidman ou Jennifer Lopez usaram criações Kritharioti.

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A noiva usou um vestido da designer Celia Kritharioti e a tiara Khedive, uma joia de família. À chegada com o irmão, o príncipe Pavlos © Getty Images

A tiara de família com origem no Egito e o véu das princesas

A noiva usou a tiara Khedive, composta por espirais de louro e grinaldas de diamantes que emolduram gemas flutuantes, uma criação Cartier do início do século XX. A princesa Theodora escolheu a mesma tiara que também usaram nos seus casamentos a irmã mais velha, a mãe e algumas tias. Será uma tradição das herdeiras de sangue na família do lado da mãe, uma vez que as noivas que casaram com os três príncipes gregos nos últimos anos usaram todas a tiara Corsário.

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A tiara Khedive do Egito deve o seu nome à pessoa que a encomendou, Abbas II, o último quediva do Quedivato do Egito, um estado otomano. Abbas II pediu a peça à Cartier na viragem para o século XX e foi um presente para um casal que se apaixonou no Cairo. Estávamos em 1905 e a princesa Margaret de Connaught, neta da Rainha Vitória, partiu numa tour real, mantendo o olhar atento a um possível marido. Foi preciso atravessar toda a Europa para encontrar o seu príncipe no Egito, mais precisamente o príncipe Gustav Adolf, neto do Rei Oscar II da Suécia. Terá sido amor à primeira vista, segundo relata a Tatler, e, depois de se conhecerem em janeiro viriam a casar dentro de meses, em junho, na capela de St. George no Castelo de Windsor. A noiva mudou-se para a Suécia e o casal teve cinco filhos, entre eles a princesa Ingrid, que viria a ser rainha da Dinamarca.

Quando Margaret morreu de uma septicemia com apenas 38 anos, a tiara foi herdada pela única filha, que a levou para a Dinamarca quando casou com o então herdeiro e mais tarde Rei Frederick IX. Tiveram três filhas: a atual Rainha Margarida da Dinamarca, a atual rainha Ana Maria da Grécia e a princesa Benedikte e todas usaram a tiara Khedive do Egito nos seus casamentos em homenagem à mãe, ao longo da década de 1960. Talvez a joia seja apropriada para a ocasião, uma vez que foi feita para celebrar uma história de amor. Foi também a eleita da filha mais velha dos Reis da Grécia, a princesa Alexia, para o seu casamento em 1999.

A princesa Theodora também usou um véu de renda, que é como uma joia de família e que tem um histórico muito semelhante ao da tiara. Também pertenceu a Margaret de Connaught, foi usado pelas mesmas noivas que usaram a tiara e ainda pela atual rainha Mary da Dinamarca em 2004.

Num dos pulsos, a noiva usou um colar de grande significado para a sua mãe. A peça resulta de um colar muito maior que pertenceu à mãe da rainha Ana Maria, a rainha Ingrid, e que foi dividido pelas duas filhas mais novas, conta a Vanity Fair.

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Os convidados e as damas de honor

Depois da morte do último Rei da Grécia, em janeiro de 2023, o príncipe Pavlos é agora o pretendente ao trono e foi ele quem levou a noiva ao altar. O templo, o maior da capital grega, tem um grande simbolismo na família real. Foi lá que os pais da princesa, os reis Constantino e Ana Maria, de casaram em 1964, assim como Juan Carlos de Espanha e Sofia dois anos antes. Em frente à catedral várias pessoas esperavam para ver passar os noivos e os convidados.

A mulher do príncipe Pavlos, Marie-Chantal, usou um vestido de inspiração na antiguidade clássica em tom rosa pêssego com efeito plissado, uma criação Louis Vuitton. A princesa posou à entrada da catedral com os quatro filhos rapazes. A filha mais velha, a princesa Olympia, foi dama de honor da noiva com a prima, Arrietta Morales, filha da irmã mais velha da noiva, a princesa Alexia. As damas usaram vestidos iguais, um modelo comprido em seda azul escura e com assinatura da designer do vestido de noiva, Celia Kritharioti. Enquanto Olympia é já uma sensação nas redes sociais e com parcerias com marcas de moda, Arrietta tem captado as atenções da comunicação social nos últimos eventos da família real grega. A princesa Alexia e Carlos Morales têm mais duas filhas, que aderiram à moda vintage usando vestidos antigos da sua mãe, e um filho. Chegaram todos juntos à cerimónia.

A rainha Sofia, princesa da Grécia, também posou um frente à catedral com as duas filhas, as infantas Elena e Cristina, primas da noiva. A geração mais jovem da família real espanhola esteve representada por três filhos da infanta mais nova, Juan, Miguel e Irene Urdangarin.

A rainha Ana Maria da Grécia chegou acompanhada pelo príncipe Nikolaus e usou um vestido azul claro com riscas horizontais e faixas transparentes na saia. O azul foi uma das cores mais populares entre as convidadas. Nina Flohr, que  protagonizou o anterior casamento real naquela catedral, com o príncipe Philippos há precisamente três anos, também usou um vestido azul claro com uma dobra na cintura que criava no tecido um efeito estrela. Da Dinamarca vieram a tia da noiva, a princesa Benedikte, com pelo menos dois dos seus filhos, o príncipe Gustav e a mulher Carina Axxelson e também a princesa Alexandra Sayn-Wittgenstein-Berleburg.

Alesandra de Osma e Ekatherina representaram com elegância a casa de Hannover, com o príncipe Christian (marido da primeira) e Chanatla Hochuli (sogra de ambas e primeira mulher do príncipe Ernst). Os príncipes Alexander e Katherine da Jugoslávia também estiveram no casamento.

Depois da cerimónia, a festa deve continuar no hotel One & Only Aesthesis, nos arredores de Atenas e com vista para o Mar Egeu.

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A rainha Sofia de Espanha e princesa da Grécia com a infanta Elena, a infanta Cristina e os filhos desta, Juan, Miguel e Irene © Getty Images

A festa pré-casamento

As celebrações começaram na véspera do casamento, esta sexta-feira à noite, com uma festa oferecida pela rainha Ana Maria da Grécia aos convidados do casamento no Museu Bizantino e Cristão em Atenas. A família real grega foi fotografada à chegada. Aos noivos juntaram-se todos os irmãos da princesa Theodora. A princesa Alexia com o marido e os quatro filhos, o príncipe Pavlos com a princesa Marie-Chantal e os cinco filhos, o príncipe Nikolaus (recentemente separado de Tatiana Blatnik) que acompanhou a rainha e o príncipe Philippos, que casou há quase três anos com Nina Flohr também em Atenas.

A noiva usou um vestido em silhueta princesa, com decote quadrado e alças, cintura justa e saia rodada pelo tornozelo. Atrás, as costas descobertas estavam emolduradas por um grande laço. Trata-se de uma criação da designer de moda grega que fez também o vestido de noiva Celia Kritharioti, escreve o Daily Mail. A mãe da noiva usou um conjunto de calças e casaco em roxo metalizado Max Mara com blusa branca, Nina Flohr usou um vestido azul escuro da marca londrina Huishan Zhang e Olympia da Grécia deu nas vistas com um vestido de pregas prateado Prada, segundo a Vanity Fair.

A rainha Sofia, tia da noiva, também foi vista a chegar à festa. A emérita de Espanha chegou acompanhada pela irmã, a princesa Irene, que estava numa cadeira de rodas. Também lá estava a infanta Elena e a infanta Cristina, com os dois filhos mais novos, Irene e Miguel. Foram ainda fotografados outros membros de casas reais europeias, como por exemplo a princesa Benedikte da Dinamarca, irmã da rainha Ana Maria, e Christian de Hannover com a mulher, Alessandra de Osma, e a mãe, Chantal Hochuli.

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Os noivos a chegar à festa na véspera do casamento no Museu Bizantino e Cristão © Getty Images

O casamento que foi adiado duas vezes

O noivado foi anunciado a 16 de novembro de 2018 pelos reis Constantino II e Ana Maria da Grécia, já lá vão quase seis anos. Previa-se que o casamento acontecesse no início de 2020 na ilha grega de  Spetses, mas a pandemia de Covid-19 pôs os planos em suspenso.

Entretanto, em outubro de 2021, o mais novo dos cinco filhos dos reis Grécia, Philippos, passou à frente da irmã e casou-se com Nina Flohr na catedral de Santa Maria da Anunciação. A boda foi especialmente emotiva porque marcou o regresso das celebrações reais a Atenas. O último casamento de um membro da família real naquele local tinha sido o dos últimos reis da Grécia, Constantino II e Ana Maria, em 1964.

Passado mais de um ano, em dezembro de 2022, o casamento da princesa Theodora viria a ser anunciado para o início do verão de 2023 na cidade grega de Porto Heli. Contudo, o ano de 2023 começou com a morte do Rei Constantino II logo no dia 10 de janeiro. O pai da noiva tinha 82 anos e estava doente. O funeral do último Rei da Grécia reuniu a 16 de janeiro em Atenas toda a família real grega, soberanos estrangeiros e membros de outras casas reais e o período de luto viria a adiar mais uma vez o casamento de Theodora.

Em março deste ano ficou a saber-se que o casamento tinha nova data, desta vez para o outono, no dia 28 de setembro.

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Os noivos: a atriz e o advogado

Theodora, princesa da Grécia e Dinamarca, nasceu a 9 de junho de 1983 em Londres. Era já lá que a família real grega vivia depois de o Rei Constantino ter sido deposto e obrigado a deixar o seu país. A mãe de Theodora, além de rainha da Grécia, é também princesa da Dinamarca, irmã da anterior Rainha Margarida. A pequena princesa é a quarta entre cinco irmãos e foi batizada na  Catedral de Santa Sofia, na capital britânica, tendo entre os padrinhos a tia Margarida e também a Rainha Isabel II.

Entre 1994 e 2001, Theodora frequentou o colégio interno feminino Woldingham School, em Surrey, depois passou um ano sabático em Alice Springs, na Austrália. Os estudos universitários tiveram lugar nos Estados Unidos, na Brown University, onde enveredou pela representação e licenciou-se em Artes Teatrais em 2006. Também estudou na Northeastern University em Boston e o currículo conta ainda com uma pós-graduação na Central Saint Martins College of Art and Design, em Londres. Em 201o rumou a Los Angeles, como tantos aspirantes a uma carreira na representação. Viria a estrear-se na televisão como a secretária Alison Montgomery numa telenovela da CBS, The Bold and the Beautiful, em 5 de dezembro de 2011.

Foi em Los Angeles que conheceu o seu atual noivo, Matthew Kumar. Começaram a namorar em 2016 e o noivado aconteceu dois anos depois, como a própria princesa também fez questão de registar na sua conta de Instagram.

Matthew Jeremiah Kumar é advogado e natural de Los Angeles, nos Estados Unidos. A 29 de junho de 2023 a comunicação social noticiava que a Ordem dos Advogados do Estado da Califórnia moveu um processo disciplinar contra Kumar com o objetivo de restringir a prática de advocacia durante um ano. Kumar foi considerado culpado “de múltiplas violações relacionadas com o tratamento de fundos de contas de confiança de clientes, estimando-se que terá usado fundos jurídicos para despesas pessoais.” A situação também terá contribuído para o adiamento da data do casamento.

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