Um cidadão norte-americano declarou-se esta segunda-feira culpado num tribunal em Moscovo de acusações de ter lutado pela Ucrânia. Este é o primeiro caso conhecido de um americano a ser julgado como mercenário na Rússia. Stephen James Hubbard, de 72 anos, confessou ter recebido dinheiro para lutar pela Ucrânia.
A agência estatal russa RIA/Novosti citou o procurador, afirmando que Hubbard terá assinado um contrato com a unidade de defesa territorial ucraniana na cidade de Izyum em fevereiro de 2022. “Sim, confirmo a acusação”, disse o norte-americano que terá recebido mil dólares (cerca de 900 euros) por mês, juntamente com formação militar, armas e munições depois de assinar um contrato com uma unidade de defesa territorial ucraniana na cidade oriental de Izium, em fevereiro de 2022.
O norte-americano foi capturado pelas forças russas em abril de 2022, durante a ocupação de Izium pelas tropas de Vladimir Putin. A cidade foi depois libertada pelas forças ucranianas no outono de 2022.
Hubbard estava a viver na Ucrânia desde 2014, segundo relatos da sua irmã, PatriciaFox, à Reuters, e foi detido em abril de 2022. Caso seja considerado culpado, poderá enfrentar uma pena entre sete a 15 anos de prisão na Rússia.
A familiar do homem de 72 anos já tinha utilizado as redes sociais para defender que o seu irmão tinha sido “raptado na Ucrânia” há quase três anos, apontando para a sua idade avançada, que não lhe permitiria combater. Ele nunca teve uma arma, nunca foi dono de uma arma, nunca fez nada disso. Ele é mais um pacifista”, afirmou Fox.
Como destaca o The Guardian, as detenções de americanos na Rússia têm-se tornado cada vez mais comuns à medida que as relações entre os dois países se afundam, chegando aos níveis mais baixos desde a Guerra Fria. Washington já acusou Moscovo de utilizar cidadãos norte-americanos como moeda de troca para obter vantagens políticas.