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Um ano depois dos ataques de 7 de outubro, que marcaram o início da guerra entre Israel e o Hamas, o exército confirmou a morte do luso-israelita Idan Shtivi. A informação foi avançada com base nos serviços secretos e a família da vítima já foi informada no domingo.

A notícia da morte do fotógrafo, de 28 anos, começou por ser divulgada na manhã desta segunda-feira pelo Fórum de Famílias de Reféns e Pessoas Desaparecidas, que indicou que o seu corpo ainda estava na Faixa Gaza, e pelos enviados especiais da RTP em Israel. Shtivi era voluntário no festival de música eletrónica Nova, a poucos quilómetros do enclave palestiniano atacado pelo Hamas, quando se deu o ataque do Hamas.

Horas depois do comunicado da associação, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) confirmaram que Idan Shtivi morreu no dia dos ataques do Hamas. Ainda não foi possível recuperar o seu corpo.

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O embaixador israelita em Portugal já reagiu às notícias. “Ao longo do último ano, tive a honra de conhecer e apoiar a família de Idan — a sua mãe, Dalit, o seu irmão, Omri, e o pai, Eli. Neste tempo difícil, testemunhamos como nunca perderam a esperança, continuando a lutar e a acreditar, mesmo nos momentos mais difícieis, que Idan ia regressar”, escreveu numa publicação na rede social X. “Através das suas histórias, tornou-se claro a pessoa incrível que Idan era”, sublinhou.

Num comunicado enviado às redações, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português expressou “profunda consternação” pela morte do jovem e transmitiu as suas condolências à sua família.

IdanShtivi tentou fugir com dois amigos do festival atacado pelo Hamas

No dia 7 de outubro, Idan Shtivi chegou ao local do festival Nova, no sul de Israel, pelas 6h30. O fotógrafo era voluntário e tinha ido assistir às atuações de alguns amigos, mas nunca chegou a entrar. “Os bombardeamentos começaram. Ligou à namorada a dar-lhe conta disso e a informá-la de que ia voltar para trás”, revelou em fevereiro a mãe do jovem, Dalit Shtivi, ao Observador.

“A incerteza está a matar-nos.” O “pesadelo” em que vivem duas famílias de reféns luso-israelitas em Gaza

As autoridades israelitas não conseguiram localizar inicialmente Idan — não sabiam se tinha sido morto, raptado ou se estava apenas desaparecido — e por três meses o jovem luso-israelita esteve com um estatuto de paradeiro desconhecido. “Só 90 dias depois é que nos disseram que tinha sido raptado”, recordou também ao Observador a tia do jovem, Ayelet.

Após a última chamada para a namorada, no dia dos ataques, Idan nunca mais deu sinais de vida, e a família mergulhou num “caos”, testemunhando como as autoridades israelitas “não sabiam por onde começar”. Foi por isso que, ainda “antes de as Forças Armadas terem entrado em ação”, contrataram especialistas privados forenses, o que lhes permitiu saber que Idan conduziu um carro com dois amigos para fugir até ser parado por militantes do Hamas.

Idan conseguiu fugir do carro, mas os amigos, Lior e Yulia, acabaram por morrer. “Fugiu para outro carro, continuou a conduzir, mas apareceu outro terrorista”, contou a mãe. O momento, explicou, foi gravado por membros do Hamas e no veículo foram encontrados buracos de balas e sangue. Na altura a família percebeu que o jovem tinha ficado ferido, sem contudo ter noção da gravidade.

No início deste ano, as IDF comunicaram à família que era muito provável que Idan tivesse sido raptado pelo Hamas e estivesse na Faixa de Gaza. A comunicação das autoridades tornou-se mais frequente e seguiram-se várias várias reuniões com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, vendo com alguma esperança as libertações pontuais de reféns. Só este domingo viriam a ser informadas de que Idan acabou por morrer no próprio dia dos ataques.