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O líder interino do Hezbollah, Naim Qassem, ameaçou esta terça-feira criar mais deslocados israelitas com o aumento dos ataques contra Israel, numa declaração sobre o primeiro ano de fogo cruzado que se transformou em guerra. O grupo libanês começou a disparar rockets contra o norte de Israel em 8 de outubro de 2023, um dia depois de o ataque surpresa do Hamas a partir de Gaza contra Israel ter desencadeado a guerra.
Qassem afirmou num discurso televisivo que as capacidades militares do Hezbollah continuam intactas e que substituiu os comandantes abatidos por Israel após semanas de bombardeamentos em grande parte do Líbano. Alguns dos ataques mataram grande parte do comando de topo do Hezbollah numa questão de dias, incluindo o líder do grupo, Hassan Nasrallah, em 27 de setembro.
Quero assegurar-vos que as nossas capacidades são boas. O que os nossos inimigos dizem sobre as nossas capacidades de combate é uma ilusão. Estão a mentir”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Segundo Qassem, o Hezbollah (Partido de Deus) alcança “muitos êxitos todos os dias”, mantendo “um grande número de colonatos e cidades” israelitas “sob o fogo de rockets da resistência”.
Qassem prometeu que Israel será derrotado no sul do Líbano e, embora apoiando os esforços do presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, para conseguir um cessar-fogo, disse que não há mais nada a fazer senão lutar. “O inimigo acredita que vai ganhar. A única solução é a resistência, a firmeza e a união do nosso povo à nossa volta”, disse, segundo a agência espanhola EFE.
Qassem disse também que o combate terrestre no sul do Líbano “começou há sete dias”, mas que “o inimigo israelita não avançou”. Os militares israelitas anunciaram que uma quarta divisão está agora a participar na incursão, que se expandiu para oeste. Mas as operações terrestres no sul do Líbano parecem estar ainda confinadas a uma estreita faixa ao longo da fronteira, segundo a agência norte-americana AP.
Referindo-se aos cerca de 1,2 milhões de pessoas que terão fugido devido à ofensiva israelita no Líbano, Qassem admitiu que “a grande deslocação constitui uma crise e uma pressão”. “O nosso povo está a viver uma vida difícil”, mas isso “faz parte do sacrifício e da batalha”, disse.
Qassem disse também que apoia “a ação política de Berri para um cessar-fogo”, mas que só depois do cessar-fogo é que todos os pormenores sobre o futuro do país serão discutidos. “Antes de um cessar-fogo não haverá espaço para discussão. Se o inimigo continuar a guerra, nós continuaremos“, afirmou.
Além de presidente do parlamento, Berri lidera o movimento Amal, aliado do Hezbollah, e é uma figura crucial que serve de canal de comunicação do grupo com outras partes do espetro político libanês. Qassem disse que a direção do Hezbollah está “perfeitamente organizada” e que a eleição do substituto de Nasrallah decorrerá segundo as “regras internas” do movimento pró-iraniano.
Anunciá-lo-emos em devido tempo. As circunstâncias são difíceis e complexas devido à guerra”, justificou.
A eleição é feita pelo órgão máximo do partido, o Conselho da Shura, composto por sete membros e presidido pelo secretário-geral que vier a substituir Nasrallah.
Hashem Safi al-Din era apontado como um possível sucessor de Nasrallah, mas não é visto desde que Israel lançou um bombardeamento no sul de Beirute na semana passada, que o poderá ter atingido.