A campanha do candidato republicano às eleições presidenciais norte-americanas, Donald Trump, reforçou recentemente a segurança. Tendo já sofrido duas tentativas de assassínio nos últimos meses, o magnata e a sua equipa requisitaram uma aeronave militar e veículos militares para as suas deslocações nos Estados Unidos da América (EUA) na reta final antes das eleições presidenciais norte-americanas, segundo apurou o Washington Post. O motivo? O núcleo duro do antigo Presidente teme um ataque do Irão.
Para além dos meios de transporte especiais, a equipa de Donald Trump pediu igualmente que se expandissem as restrições de voos perto das casas de que é proprietário e dos edifícios em que organiza os seus comícios. Além disso, sempre que aparece em público, deve ainda estar protegido por vidro à prova de bala. Esta é a primeira vez que um candidato à presidência dos Estados Unidos requer este nível de segurança.
De acordo com o Washington Post, o núcleo duro de Donald Trump tem tido reuniões com membros do governo norte-americano, que acreditam que o Irão ainda tem em marcha um plano para tentar matar o magnata. Assim sendo, os mais próximos do antigo Presidente norte-americano receiam que Teerão possa levar a cabo um ataque com drones — e até com mísseis.
Nos emails que a diretora da campanha Susie Wiles tem trocado com o líder do Serviço Secreto Ronald L. Rowe Jr. e a que o Washington Post teve acesso, a responsável tem-se queixado da falta de proteção a Donald Trump. Ainda assim, o porta-voz do Serviço Secreto, Anthony Guglielmi, garantiu, num comunicado, que o “antigo Presidente está a receber o nível mais elevado de segurança”, incluindo proteção com drones e com sistemas de vigilância sofisticados.
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Apesar de os planos que o Irão tem em curso, não há qualquer que prova que ligue as duas tentativas de assassínio que o magnata sofreu durante esta campanha para as presidenciais àquele país. Os serviços secretos dos Estados Unidos não acreditam que Thomas Matthew Crooks, que tentou matar Donald Trump em julho na Pensilvânia, e Ryan Wesley Routh, que tentou assassinar o candidato em setembro na Florida, tenham qualquer ligação a Teerão.
O Irão quer vingar-se do antigo Presidente devido à morte do major-general Qasem Soleimani, que comandava as Força Quds, tropas consideradas de elite no seio da Guarda Revolucionária iraniana. Enquanto estava na Casa Branca, Donald Trump autorizou o seu assassínio, que aconteceu a 3 de janeiro de 2020.
Ainda que o Irão deseje retaliar contra Donald Trump, isso não será, à partida, fácil. Como explica ao Washington Post o antigo dirigente da CIA, Norman Roule, Teerão não dispõe de uma “presença marcante nos Estados Unidos” e está a sob “escrutínio permanente dos serviços de informações norte-americanos e dos parceiros estrangeiros”.
Ainda recentemente, o Irão já levou a cabo o que pode ser encarada como uma retaliação contra Donald Trump. Há alguns meses, através de ataques informáticos, alguns grupos iranianos roubaram informações e planos confidenciais elaborados pela equipa do republicano e tentaram enviá-los para a campanha democrata, liderada na altura por Joe Biden. O Partido Democrata garante que nunca colaborou e que nunca deu resposta àqueles grupos.