Nos primeiros nove meses de 2024, as vendas da Porsche caíram 7%, baixando das 242.722 unidades comercializadas em 2023 para apenas 226.026 este ano. Nem todos os mercados registaram quebras, uma vez que a Alemanha cresceu 8%, com o Médio Oriente e os mercados emergentes a ficarem pelos 3% e a Europa (excluindo a Alemanha) por 1%.
As dificuldades para o construtor germânico centraram-se sobretudo nos EUA, onde as vendas diminuíram 5%, e na China, onde a queda foi bem mais violenta, atingindo 29%. Sucede que, juntos, estes dois mercados representam nos nove meses do ano 46,5% das vendas, já uma redução face a 2023, onde somavam 51,6%.
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Este comportamento das vendas explica o facto de as acções da Porsche terem fechado na sexta-feira a 70,98€ o título, o que representa uma queda de 14% face ao lançamento em bolsa em Setembro de 2022. Se considerarmos exclusivamente os últimos seis meses, as acções deste fabricante caíram 23,8%, um valor que coloca o construtor sob grande pressão, tanto mais que está numa fase em que está a apostar nos modelos eléctricos — acabou de apresentar o Macan EV —, ainda que a um ritmo inferior ao inicialmente previsto, pois é precisamente entre estes modelos alimentados a bateria que reside uma das maiores dificuldades.
Analisando as vendas de Janeiro a Setembro por modelos, o acumulado confirma a queda de 7%, mas a responsabilidade é partilhada, pois há modelos que vêem as vendas crescer, enquanto outros são responsáveis pelo arrastar dos resultados para terreno negativo. Entre os que venderam mais em 2024 do que no ano anterior, é o Cayenne quem mais sobe, num total de 21%, seguido pelo Macan (+20%), pelo 718 (+10%) e pelo 911 (+2%).
Porém, tudo isto é anulado pelos 20% a menos nas vendas do Panamera e, sobretudo, pelo comportamento do Taycan, o eléctrico da marca, cujo volume de vendas caiu 50%, com a berlina desportiva a ter apenas transaccionado 14.042 unidades durante nove meses no mercado global. Isto apesar de a Porsche ter feitos descontos muito generosos para escoar o Taycan anterior neste período, bem como ter reduzido o número de unidades fabricadas, devido à dificuldade em escoar a produção.