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O Presidente ucraniano considerou esta quinta-feira que é “um erro” deixar o país fora da NATO, quando, “na prática, já faz parte” da Aliança Atlântica e advertiu que ainda aguarda o cumprimento dos compromissos das últimas duas cimeiras.

Seria um erro deixar a Ucrânia politicamente fora da Aliança quando, na prática, já faz parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte [NATO]”, disse Volodymyr Zelensky, em conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, no quartel-general da organização, em Bruxelas, na Bélgica.

O Presidente da Ucrânia agradeceu todo o apoio dado pelos países da NATO desde 24 de fevereiro de 2022, início da invasão russa, mas disse que o país ainda está a aguardar por promessas passadas. “Ainda queremos o cumprimento dos compromissos decididos nas cimeiras da Lituânia e de Washington”, frisou Zelensky.

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“Não precisamos de armas nucleares, porque temos o apoio da NATO”

Volodymyr Zelensky foi questionado sobre o plano para a vitória que apresentou para acabar com a guerra e a alegada falta unidade dos países da Aliança Atlântica para aceitá-lo e, quando ia responder, Mark Rutte interrompeu e disse que havia unidade entre os 32 países do bloco político-militar. “Se Vladimir Putin acredita que não estamos unidos, então está errado“, afirmou o secretário-geral.

Sobre uma declaração que tinha feito durante a manhã, na reunião do Conselho Europeu, a respeito de armamento nuclear, que não ficou esclarecida, Zelensky assegurou que a Ucrânia “não vai produzir armamento nuclear”.

“O que eu disse foi que há muitos anos, em Budapeste, ficou definido que a Ucrânia não teria armamento nuclear e, em troca, teria garantias de segurança. Isso não aconteceu e na altura isso foi determinado por países como a Rússia, China e os Estados Unidos da América”, explicou. “Eu não tenho alternativa à NATO”, acrescentou.

China, Irão e Coreia do Norte: “Perturbadores da paz no quintal da NATO”

Já Mark Rutte considerou que “as consequências [da guerra na Ucrânia] alastraram a todo o mundo” e a invasão russa demonstrou que “até a China, Coreia do Norte e o Irão podem ser um problema para a segurança” euro-atlântica.

“A China tornou-se num facilitador decisivo da ofensiva russa contra a Ucrânia”, avançou Rutte, acusando também os regimes de Pyongyang e Teerão de “alimentarem a máquina de guerra” da Rússia.

“Não se pode alimentar o maior conflito desde a Segunda Guerra Mundial na Europa sem consequências”, acrescentou, repetindo uma expressão da sua primeira intervenção enquanto secretário-geral da NATO, há duas semanas.

“Putin gosta da guerra, gosta deste mundo e vai querer protegê-lo, e é por isso que temos de acabar com ele”

Há uma semana, o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, afirmou que a entrada da Ucrânia na NATO teria “um grande custo”. Questionado sobre as declarações do governante eslovaco, Volodymyr Zelensky responde de forma curta: “Espero que o seu país não conheça o verdadeiro custo da ira de Vladimir Putin”. Adicionalmente, o chefe de Estado ucraniano diz que se a adesão à NATO não se concretizar, então é certo que os restantes países europeus vão enfrentar o mesmo cenário que a Ucrânia vive atualmente, “porque Putin nunca vai parar“.

“Putin gosta da guerra, gosta deste mundo e vai querer protegê-lo, e é por isso que temos de acabar com ele”, concluiu Zelensky, antes de se corrigir e afirmar que têm, na verdade, de “parar com este comportamento” do líder russo.