O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apontou o dedo ao “grupo pró-iraniano” xiita Hezbollah pelo ataque com recurso a um drone deste sábado à sua residência privada de férias na zona da Casareia, cidade na costa mediterrânica. O líder do executivo acusou a organização islâmica de o tentar “assassinar” a si e à sua mulher, Sarah Netanyahu, mas o casal estava, na altura, noutra casa.

“Cometeram um erro grave”, afirmou em jeito de ameaça Benjamin Netanyahu na sua conta pessoal do X (antigo Twitter), prometendo que este ataque “não vai deter” o Estado de Israel “de continuar a sua guerra contra os inimigos”. O primeiro-ministro mandou ainda uma mensagem ao Irão e aos “seus parceiros do eixo do mal”: “Qualquer um que prejudique os cidadãos do Estado de Israel vai pagar um preço elevado por isso”.

Horas depois, a missão do Irão na Organização das Nações Unidas (ONU) veio demarcar-se do ataque. A diplomacia iraniana responsabilizou apenas o Hezbollah.

Questionado sobre as acusações de Benjamin Netanyahu sobre a responsabilidade iraniana no ataque, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano disse tratar-se de “mentiras”. “A disseminação de mentiras é a prática atual e permanente deste regime [Israel] e dos seus líderes criminosos”, afirmou Esmaeil Baghaei.

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Não obstante, Israel não acreditou nesta versão iraniana. No X, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, lembrou que o Hezbollah — que Teerão diz estar por trás do ataque — sempre foi uma milícia controlada pelo Irão.

“O Hezbollah é um tentáculo que o Irão criou, fundou, armou e treinou. Agora é subitamente descrito como uma entidade independente”, ironizou Israel Katz, que atirou às autoridades iranianas: “As vossas mentiras não vos vão ajudar”. Para o chefe da diplomacia, não há, assim, quaisquer dúvidas: o Irão é “responsável” pelo ataque.

Este sábado, num comunicado, o exército israelita indicou que “foram detetados três veículos aéreos não tripulados a atravessar o Líbano para território israelita. Dois deles foram intercetados e um terceiro atingiu a zona de Casareia”, mais concretamente a casa do primeiro-ministro israelita.